A maior manifestação popular de cunho político da história do Brasil, uma das maiores do planeta, ocorreu em 13 de março deste ano.
Na avenida Paulista, de maneira absolutamente pacífica, sem um único incidente violento, cerca de 1,5 milhão de pessoas, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, manifestaram indignação contra um governo que saqueava o país e o mergulhava na ruína econômica. Muitos líderes dos saqueadores, aliás, já estavam presos em Curitiba naquele dia.
Provavelmente é inútil lembrar essas verdades a Guilherme Boulos e ao senador Lindbergh Farias (PT/RJ), autores de um artigo mistificador publicado nesta Folha, “É preciso barrar a escalada repressiva”. É importante, no entanto, lembrá-las aos leitores.
No final de agosto, antes mesmo de decretado o impeachment de Dilma Rousseff, outro tipo de manifestação mostrou de novo sua face mais perversa. Liderada por Boulos, a tropa de choque do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) incendiou pneus para interditar a marginal Tietê e outras avenidas paulistanas.
Pela força, impediram o deslocamento de milhões de cidadãos. Afrontaram diretamente o artigo 5º, inciso XV, da Constituição Federal: “É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens”.
Aquela foi só a primeira de uma série de manifestações violentas capitaneadas por organizações dependentes financeiramente do petismo, como a CUT, a UNE e o próprio MTST, que receberam dos governos Lula e Dilma muitos milhões dos impostos pagos pelos contribuintes.
Desde então, em manifestações de protesto contra o governo legítimo que emergiu do impeachment, símbolos da democracia e do Estado de Direito têm sido atacados.
Fascistas inclusive tentaram invadir a Folha, pois não aceitam o trabalho da imprensa livre. Os agressores apedrejaram policiais, depredaram uma viatura, destruíram comércios e agências bancárias.
Há muito tempo o PT e seus associados usam a tática popularmente chamada de “pega ladrão” para tentar transformar os outros naquilo que eles próprios são. Agem como um bandido que, ao furtar a carteira de alguém, grita “pega ladrão” para que os outros pensem que o criminoso é a vítima. Tentam agora envolver a Polícia Militar de São Paulo nesse tipo de engodo.
Boulos, enquanto promove vandalismo, violência, fecha vias e impõe sua truculência à população, sobretudo a mais humilde, que diz representar, grita “pega a polícia”.
A corporação está presente em todos os atos para garantir o direito constitucional da livre manifestação e a segurança da população, inclusive dos próprios manifestantes. Trabalha com correção e firmeza contra aqueles que se negam a aceitar a realidade decidida de maneira soberana pelas instituições democráticas.
Os que protestam contra o novo governo têm o direito constitucional de continuar nesse propósito, desde que o façam pacificamente, como o fez a maioria que pensava de maneira oposta.
Boulos não tem freios na hora de fazer ameaças: chegou a dizer que “o Brasil seria incendiado” caso Dilma sofresse impeachment. Continua se esmerando para cumprir o papel que se atribuiu, de arauto do apocalipse da profecia bolivariana.
Para sua contrariedade, no Brasil a polícia não prende a oposição selvagemente, como ocorre na Venezuela. Quanto à”descollorida” figura de Lindbergh Farias: não surpreende que o integrante de um partido com tantos filiados na cadeia, ou em vias de irem para lá, tenha problemas com a Justiça.
CAUÊ MACRIS é deputado estadual (PSDB) e líder do governo na Assembleia Legislativa de São Paulo