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Economia brasileira sente efeitos de possível apagão

Brasília – Reflexos fazem parte do cenário de um racionamento de energia, cada vez mais possível para o Brasil este ano.

As ações das empresas de energia vivem sucessivas quedas no mercado financeiro. Na segunda-feira (7), as companhias do setor registraram perda de R$ 3,3 bilhões na bolsa de São Paulo. A energia consumida no mercado livre, à qual recorrem indústrias e grandes consumidores, tem seu preço próximo de uma marca recorde – o valor verificado nesta semana é mais de 4.000% superior ao identificado em janeiro do ano passado. E o “racionamento branco”, espécie de redução voluntária no consumo, tende a ser praticado pelo setor produtivo ainda neste semestre, para evitar danos maiores.

Outra possibilidade é um racionamento de gás. O combustível, essencial para procedimentos industriais, é também componente vital para as usinas termoelétricas – a quem o Brasil deverá recorrer ao longo de 2013, enquanto os níveis de água nos reservatórios permanecerem baixos.

“Como o governo não soube conduzir a economia de maneira adequada e se preocupou somente com medidas pontuais, não crescemos”, afirmou o senador Paulo Bauer (PSDB-SC). Os prejuízos já identificados pelo setor econômico só não são maiores por uma situação aparentemente paradoxal. Estes efeitos seriam ainda mais significativos caso a economia tivesse um desempenho superior em 2012. O crescimento do PIB nacional foi inferior a 2%, o que indica uma pouca evolução da produção industrial, fator que impulsionou uma demanda reduzida nas indústrias.

Bauer: faltam investimentos e políticas para estrutura

Bauer: faltam investimentos e políticas para estrutura

Investimentos – Para o parlamentar, não cabe ao executivo atribuir a fatores climáticos o possível racionamento de energia. “Isso é tudo resultado da falta de investimentos e de uma política ousada para o setor de infraestrutura”, declarou. Bauer lembra que são justamente as questões estruturais que, em tese, seriam as mais contempladas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), vitrine da administração petista e projeto do qual Dilma Rousseff foi chamada de “mãe” durante a campanha eleitoral de 2010.

“É lamentável vermos que, hoje, com mais de 10 anos do PT no comando do país, o Brasil dependa mais das chuvas do que das obras do PAC”, destacou o senador.

O tucano criticou também as posturas contraditórias do PT. Lembrou que, ainda na primeira campanha vitoriosa de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, o partido do ex-presidente utilizou o racionamento de energia ocorrido um ano antes, como bandeira. “Cansaram de dizer que isso não aconteceria em um governo deles. Mais de 10 anos depois, não é o que constatamos”, disse.

Outra postura dúbia ressaltada pelo parlamentar diz respeito à Medida Provisória 579, anunciada por Dilma Rousseff em outubro – às vésperas das eleições – e que ambicionava a redução de 20% dos custos da energia para o consumidor, mas que foi criticada pelo PSDB por desrespeitar contratos de concessão vigentes nos estados. “Não há como contestar o mérito dessa MP. Nós também queremos que a energia seja mais barata. Porém, o governo federal deveria mexer no que é de sua alçada, com a redução de impostos que incidem sobre a conta de luz. Infelizmente, o PT tem uma sede arrecadatória que não se acaba”, explicou.

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