Em meio à forte desvalorização do real perante o dólar e a queda na confiança de empresários e investidores estrangeiros, os índices inflacionários voltaram a subir em agosto. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrou alta de 0,24% no mês. Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (6), foram veiculados pelo jornal Folha de S. Paulo.
Com o resultado, a inflação já acumula alta de 3,43% no ano. Nos últimos 12 meses, a taxa ficou em 6,09%, abaixo do teto da meta do governo, de 6,5% ao ano, mas ainda em alto patamar.
“A grande praga de qualquer nação, e que atinge principalmente os mais pobres, é a inflação”, afirma o deputado federal Nelson Marchezan Jr. (PSDB-RS), integrante da comissão de Finanças e Tributação da Câmara.
“O governo do PSDB conseguiu acabar com a inflação, que permeava o Brasil por décadas e corrompia o poder de compra de quem tinha salários menores. Mas, depois de uma década, o governo do PT não conseguiu aproveitar um momento de crescimento mundial, onde todos os países cresceram menos o Brasil, mesmo em um período onde circulavam muitos dólares”, lamenta.
O tucano avalia que a gestão petista deixou de usufruir do momento de bonança para investir na melhoria da infraestrutura, em reformas de portos, aeroportos e estradas, e no desinchaço da máquina pública: preferiu gastar recursos em programas eleitorais e projetos que falharam em levar o país para um patamar mais confortável.
“O governo concentra um grande volume de recursos em publicidade, se esforçando para esconder os erros da última década muito mais do que para consertar o estrago que foi feito”, avalia.
“Consequentemente, temos hoje um país sem infraestrutura, um governo sem credibilidade com os investidores e uma perspectiva de crescimento baixíssima, com o aumento do dólar e da inflação”, considera.
E completa: “Por mais que o Mantega diga e desdiga, minta e desminta de novo, nossa perspectiva de médio prazo para a economia é uma previsão bastante ruim, sempre para os mais pobres, para quem passa mais necessidade”.