Valorização e mérito. O binômio é velho conhecido não apenas por professores e educadores, mas por aqueles que acreditam que o reconhecimento do esforço está diretamente ligado ao sucesso, ao desenvolvimento e ao progresso de qualquer área.
Na educação, em especial, valorizar a dedicação e o comprometimento daquele que atua na gratificante e desafiadora tarefa de ensinar é promover e aprimorar a condição do principal ente desse processo: o aluno. Ou os 4 milhões deles, tal qual se propõe o maior sistema de ensino do país, com jovens e crianças, distribuídos pelos 645 municípios do Estado de São Paulo.
Imbuído dessa necessidade e da premissa de que educação é fruto de um esforço conjunto, o governo do Estado deu início há quatro anos a um amplo debate, que nos colocou frente a frente com mais de 20 mil educadores, entre professores, diretores, representantes de entidades, pais e funcionários das escolas públicas estaduais paulistas.
Esses encontros nos permitiram entender e formatar a implantação de uma política salarial inédita para cerca de 490 mil funcionários, ativos e aposentados, além de um plano de carreira para os mais de 230 mil professores de São Paulo.
No mês de agosto, o reajuste escalonado, que teve início em 2011, completa sua quarta parcela, totalizando o equivalente a 45,1% de aumento salarial aos educadores paulistas, responsáveis pela rotina educacional de mais de 60 mil salas de aula em todo Estado.
Melhorias em educação passam por um processo longo, que requer planejamento, investimento e atuação permanente de todos.
Professores, diretores, coordenadores, Estado, pais, alunos e sociedade dividem responsabilidades diante da necessidade de melhorar a qualidade de vida, o ambiente escolar e a convivência social de jovens e crianças que têm na educação a melhor possibilidade de progresso. A valorização dos profissionais é carro-chefe desse processo.
A nova política salarial, que coloca o salário do professor paulista 42% acima do piso nacional, soma-se a um plano de carreira discutido e construído juntamente a entidades, sindicatos e educadores.
Isso permitiu aos professores da rede estadual de São Paulo uma evolução que leva em consideração seu esforço, seu aprimoramento técnico e profissional e seu envolvimento na gestão da educação.
Finalmente, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo disponibiliza dois instrumentos que garantem ao quadro do magistério a chamada evolução por mérito que se dá de duas formas: pelo sucesso coletivo e pelo progresso pessoal.
O primeiro está relacionado com a melhoria dos resultados da escola em que os profissionais atuam e beneficiou, neste ano, 255 mil funcionários. Já no que tange o mérito individual, a promoção dos professores paulistas está associada à apresentação de projetos educacionais ou ao desempenho na chamada prova do mérito.
O gigantismo intrínseco de uma rede de educação pública como a do Estado de São Paulo carrega consigo desafios na mesma proporção. E requer soluções audaciosas.
Nesse processo, a participação da sociedade no acompanhamento e avaliação das propostas é determinante para que os resultados sejam alcançados, com o olhar atento sobre aqueles que de fato pagarão essa conta: os nossos alunos.
HERMAN VOORWALD, 59, é secretário da Educação do Estado de São Paulo