O Instituto Teotônio Vilela (ITV), órgão de formação política do PSDB, e o diretório tucano de Campinas realizaram nesta terça-feira (17) palestra sobre saídas para a crise econômica.
Estiveram à frente do encontro Mansueto Almeida, economista e técnico do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), e o presidente nacional do ITV, José Aníbal. O vice-prefeito de Campinas, Henrique Magalhães Teixeira também esteve presente.
Em sua palestra, Mansueto Almeida afirmou que a saída para a crise vem da política. “Hoje nos afastamos do ajuste fiscal por falta de habilidade política do governo”, disse. O economista ressaltou que a crise atual começou quando o PT passou a implantar sua política econômica populista, a partir do segundo mandato de Lula.
“Os indicadores pioram desde 2012 e o governo, em vez de fazer as reformas estruturais necessárias, como fez o PSDB na década de 90, preferiu continuar dando mais subsídios. Nos três primeiros anos do governo Dilma, o crescimento dos gastos públicos foi igual ao dos 12 anos anteriores. Nossa dívida pública aumentou R$ 500 bilhões”, explicou.
Sobre a recessão no Brasil, que deve ter um PIB negativo de 3% neste ano e, provavelmente, cair na mesma proporção em 2016, o economista falou que a “forte intervenção do governo na economia” é o principal fator. “O que pode nos tirar da recessão são os investimentos, tanto público como privado, só que eles estão caindo trimestre após trimestre. O governo federal já cortou 38% dos investimentos”, continuou.
O adiamento do ajuste, que já era proposto pelo PSDB e incriminado pelo PT na campanha eleitoral de 2014, tornou a crise pior, segundo ele. “O endividamento das famílias está em 44% de sua renda anual. Neste governo Dilma, o aumento real do salário mínimo será perto de zero ou negativo. Nosso PIB vai cair dois anos seguidos, nem na década perdida de 80 tivemos resultados tão ruins”.
Para Mansueto, o Brasil começará a se recuperar e a sair da crise quando “simplificar a carga tributária, aumentar a produtividade e fazer as reformas estruturais”. “É preciso criar um consenso entre a sociedade e o Congresso Nacional pró-reformas. Não podemos confiar nosso futuro em um novo boom de commodities e/ou no crescimento da China. O problema está aqui dentro, o que nos levou à crise foi um conjunto de políticas erradas adotadas pelo governo desde 2009”, complementou.
José Aníbal também afirmou que a saída para a crise é política e atrelou a volta do crescimento à recuperação da credibilidade. “Esse governo perdeu o apoio até de sua base de sustentação e a presidente ainda consegue aumentar seu descrédito diariamente. É preciso um governo novo que tenha credibilidade e consiga reunir forças políticas e sociais para retomada da governança e do crescimento. Dilma está comprometendo o presente e o futuro do Brasil”, afirmou.
“O modelo de fazer política do PT está totalmente exaurido, passou do presidencialismo de coalizão para o presidencialismo da corrupção, além de criminalizarem o debate. Temos que nos reunir, manifestar nossa indignação, conversar com outros partidos que também pensam diferente. Esse governo é reacionário sob a fantasia de progressista. A saída para a crise é politica. Dilma deveria renunciar pelo bem do Brasil”, concluiu Aníbal.