Representantes do setor canavieiro do estado de São Paulo aprovaram nessa quinta-feira (3) um estado de mobilização que terá como ponto alto as manifestações do dia 24 de abril, definido como Dia Nacional em Defesa do Etanol. A medida foi tomada durante reunião realizada na sede da Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana), com a presença do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP), presidente da Associação dos Municípios Canavieiros do Estado de São Paulo (Amcesp)
Os deputados Arnaldo Jardim e Roberto Morais, ambos do PPS, também estiveram no encontro. Os três integram frentes parlamentares que defendem o setor. Antes da definição do calendário de eventos e das ações que serão deflagradas em nível nacional, informações listadas pelos deputados, referentes ao sucateamento de toda a cadeia produtiva e a falta de políticas governamentais para salvar o setor, subsidiaram as discussões.
Os canavieiros também tiveram espaço para relatar o drama que vivem, afundados em dívidas e sem socorro governamental, o que torna a produção cada vez mais difícil. Para Thame, todas as tentativas de diálogo foram inúteis e o governo não se mexeu para atender aos pedidos de socorro do setor, que exige uma ação mais contundente.
“Na semana passada, duas usinas fecharam e, até o final do ano, mais 12 usinas correm o risco de encerrar suas atividades. Não podemos mais esperar até que todas quebrem. O desgaste social é brutal e os empregos perdidos impactam negativamente nas cidades e regiões, em toda a economia”, alerta o deputado Mendes Thame. Segundo a Única (União da Indústria da Cana-de-Açúcar), em 2010 o setor sucroalcooleiro empregou mais 500 mil pessoas no Estado de São Paulo.
De acordo com o deputado estadual Arnaldo Jardim, as principais reivindicações, foco das manifestações, incluem a definição de uma tributação diferenciada para o setor; incentivo ao desenvolvimento de programas de tecnologia automotiva; disseminação da bioeletricidade e o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina, de 25% para 27,5%.
O presidente da Orplana, Manuel Ortolan, informa que nesta segunda-feira os organizadores do movimento se reúnem com representantes da cadeia produtiva, em São Paulo, para definir os detalhes e a uniformidade do movimento. O setor também programa uma manifestação em Brasília, no dia 13 de maio.