O candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, participou de debate promovido pelo SBT, Folha, UOL e Jovem Pan, nesta segunda-feira (01/09), em São Paulo (SP).
Abaixo, confira os principais trechos de Aécio no debate.
Mudança segura
Ficou aqui absolutamente claro que temos dois campos políticos. O primeiro, do governismo. O governismo que fracassou e irá entregar um país pior do que aquele que recebeu há quatro anos. No campo das mudanças, existem várias alternativas, mas duas aparecem com maior consistência. Não abro mão de repetir que acredito nas boas intenções da candidata Marina, mas ela não consegue superar as enormes contradições vindas do seu projeto e defende hoje teses que combatia há muito pouco tempo.
Eu sou candidato à Presidência da República para iniciar um novo tempo no Brasil. Um tempo onde haverá respeito ao cidadão brasileiro, onde haverá investimentos adequados na saúde pública. A Federação será reformada no nosso governo, porque a mudança está por vir. E precisamos saber aonde essa mudança vai nos levar.
Novo ciclo de governo
Infelizmente, essa é a herança perversa desse governo que fracassou na condução da economia, na gestão do Estado e na melhoria dos nossos indicadores sociais. O Brasil precisa de um novo ciclo de governo, que faça o Brasil voltar a crescer, controlando a inflação e a partir daí gerando empregos de melhor qualidade.
Meritocracia
Tenho um projeto para o Brasil. Um projeto que vai permitir o encerramento desse ciclo de governo que fracassou, e fracassou em todas as áreas, para iniciarmos um outro que permita ao Brasil crescer, os empregos de boa qualidade voltarem a ser gerados aqui, através da recuperação da nossa indústria, um governo que substitua o aparelhamento da maquina pública pela meritocracia, como fiz no governo de Minas Gerais, e que permita que os nossos indicadores sociais possam melhorar. A educação é o primeiro deles, assim como fiz também em Minas Gerais que tem a melhor educação fundamental do Brasil.
Inflação e salário mínimo
O que vamos fazer, e já demonstramos que temos capacidade para isso, em primeiro lugar, é controlar a inflação, que corrói os salários dos aposentados e de todos os trabalhadores brasileiros, e fazer o Brasil voltar a crescer. Isso é essencial para que o próprio reajuste do salário mínimo – que o meu partido propõe seja estendido até o ano de 2019 – possa acontecer de forma a apresentar algum ganho ao trabalhador. Vamos fazer com que o Brasil volte a crescer e gerar empregos de boa qualidade e preservá-los do impacto inflacionário que volta a perturbar o trabalhador brasileiro.
Empregos
É preciso que possamos traduzir ao telespectador o que significa ao Brasil “crescer negativamente”, menos 0,6% no segundo trimestre. Significa que os tão alardeados empregos estão indo embora. Essa é a realidade. País que não cresce não gera empregos. Apenas nos últimos três meses, na indústria de São Paulo foram 15 mil postos de trabalho a menos. Os dados de julho e de junho desse ano foram os piores da série histórica dos últimos dez anos.
Transferência de renda
Se não tivesse havido o governo do presidente Fernando Henrique, que tinha uma grande prioridade, a estabilidade da moeda, esse sim o maior programa de transferência de renda da nossa história contemporânea, outros avanços não teriam vindo. O governo do presidente Fernando Henrique pode não ter acertado em tudo, mas foi crucial, foi o último grande governo reformulador que nós tivemos nas últimas décadas no Brasil.
Aposentados
Estamos discutindo com sindicatos e aposentados brasileiros fórmulas de garantir o reajuste mais digno que garanta o poder de compra [dos aposentados]. Já apresentamos uma proposta de incluir, além do reajuste estabelecido, também um reajuste a mais com a base no aumento médio de uma cesta de medicamentos que certamente atenderia aos aposentados brasileiros.
Segurança Pública
Hoje nada mais aflige as famílias brasileiras do que o aumento da criminalidade e da insegurança. O governo tem investido muito pouco nessa área. Do conjunto de investimentos na área de segurança pública, apenas 13% vêm da União. Do Fundo Nacional de Segurança, menos de 40% do que foi aprovado foram investidos, e, como já disse, do Fundo Penitenciário menos de 11%.
Ressocialização e parceria
Infelizmente, nesse período de governo da atual candidata e presidente da República foram investidos no Fundo Penitenciário menos de 11% do que foi aprovado pelo Congresso Nacional. E quero oferecer ao Brasil um projeto que deu muito certo em Minas Gerais, como vários outros projetos, das APACs, com índice de ressocialização acima de 75%, onde os presos de menor periculosidade, eles próprios cuidam da sua segurança, estudam e trabalham. E as parcerias com o setor privado porque Minas Gerais foi o único Estado brasileiro que construiu vagas no sistema prisional em parceria com o setor privado para desafogar imensamente o nosso sistema.
Mobilidade
Todos sabemos que, ao redor do mundo, é sim responsabilidade da União, dos governos centrais fazerem, às vezes até em parceria com os municípios e até com os Estados, os projetos de investimento e mobilidade.
Vi recentemente uma relação de obras de metrô que serão ainda entregues a população brasileira, e depois de 12 anos de governo, a grande maioria delas ainda não está pronta. Temos que fazer um planejamento da questão da mobilidade, pensando também na questão da sustentabilidade, do bem estar das pessoas.
Metrô de Belo Horizonte
Em Belo Horizonte, talvez pela pouca familiaridade que demonstra com a nossa capital, ganha um prêmio quem andar em um palmo de metrô construído pelo governo do PT nos últimos 12 anos. A verdade é que agora, ao final do governo, o governo da senhora [Dilma Rousseff] sucumbe à necessidade de fazer as parcerias com o setor privado. Mas, infelizmente, não avançou como poderia ter avançado. Também na mobilidade a realidade é essa, o governo da presidente Dilma Rousseff fracassou como fracassou em todas as outras áreas.
Ferrovias e hidrovias
O Brasil é um país que abriu mão de investimentos em ferrovias, investimentos em hidrovias, ao longo desses 12 anos, que seriam essenciais. Aí já saiu da questão da mobilidade urbana para falar da competitividade de quem produz no Brasil. O aprendizado da atual presidente tem custado muito caro ao Brasil.
Propaganda oficial
A grande verdade que aconteceu no Brasil é que, ao longo de 10 anos, o atual governo demonizou as parcerias com o setor privado e obviamente atrasou investimentos que poderiam hoje estar beneficiando milhões e milhões de brasileiros. Hoje eles apenas habitam a belíssima propaganda oficial da candidata do PT.
Estado aparelhado
Tenho dito ao longo do tempo que vamos construir para o Brasil um novo ciclo de governança, transparente, absolutamente transparente, competente, que valorize a meritocracia para confrontar esse Estado aparelhado que é umas principais marcas do PT.
Transparência
Jamais transformamos e jamais transformaremos eventuais filiados ou partidos que tiverem cometidos qualquer crime em heróis nacionais. Todas as denúncias devem ser investigadas. Todos nós, homens públicos, mulheres, devemos estar à disposição para prestarmos quaisquer tipos de esclarecimento e cabe à Justiça, em última instância, condenar ou absorver aqueles que foram processados. Tenho absoluta segurança de que o Brasil a partir de janeiro do ano que vem vai viver num novo ciclo, em que as denúncias sucessivas que hoje decaem sobre o governo vão ser superadas. Queremos tirar as nossas empresas das páginas policiais dos jornais e reintroduzidas nas páginas da economia.
Denúncias
A presidente elenca um número grande de iniciativas tomadas para o combate à corrupção, curiosamente, nenhum desses instrumentos funcionou, para nenhuma dessas denúncias que hoje assustam, aviltam, trazem indignação aos brasileiros.
A nossa principal empresa pública, hoje, tem o seu principal diretor preso e o governo da candidata Dilma Rousseff, ao invés de permitir que a CPI e as investigações ocorressem de forma adequada, tenta manipular as informações.
BNDES
Queremos que os juros que o BNDES oferece hoje aos amigos do poder possam ser praticados pelo conjunto da economia. E quem tem hoje as condições objetivas de permitir o resgate da confiança do Brasil, a retomada do crescimento da nossa economia e a prática de taxas ao longo do termo decrescente, taxa de juros decrescente, somos nós.
Projeto em benefício do Brasil
Acreditamos na responsabilidade fiscal, na transparência, como instrumento absolutamente necessário ao resgate dessa credibilidade. Tudo isso é fundamental para que possamos ter dinheiro para voltar a investir na saúde, melhorar a qualidade da segurança pública e o nível da educação no Brasil. Temos um projeto para, a partir de 1° de janeiro, ser implementado em beneficio dos brasileiros.