O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, declarou que as parcerias com entidades da sociedade civil organizada e organizações sociais serão mantidas e aperfeiçoadas por ele na Prefeitura. “Sempre soubemos trabalhar em conjunto”, disse Serra, lembrando que quando foi ministro da Saúde realizou diversas parcerias e citou especificamente a Pastoral da Criança, liderada pela médica Zilda Arns, que contribui de forma significativa para a redução da mortalidade infantil no país.
A fala de Serra foi em resposta à pergunta de uma religiosa durante o colóquio organizado pela Arquidiocese de São Paulo com candidatos à Prefeitura de São Paulo.
Serra destacou ainda que pretende oferecer cursos de aperfeiçoamento para professores de redes conveniadas a Prefeitura. “Meu plano é que os professores possam, de forma voluntária, ter acesso a cursos de formação e aperfeiçoamento”, destacou.
O candidato já prometeu que vai criar um Centro de Formação de Professores, nos moldes do que ele implantou no governo do Estado, na rede municipal. “Nós vamos incluir, gratuitamente, os professores da rede conveniada que se interessarem”, disse Serra.
Ainda com relação às creches, Serra afirmou que é necessário comparar os números com as gestões anteriores. Segundo Serra, em 2004 existiam apenas 60 mil vagas em creches na cidade de São Paulo. Desde 2005, a Prefeitura começou a investir muito nesse segmento. Tanto que, em 2012, o número de vagas pulou para 210 mil. Foram 150 mil novas vagas criadas desde que Serra assumiu a Prefeitura. “Foram criadas creches como nunca foram criadas na história”, disse Serra. O problema persiste, segundo ele, devido ao forte aumento da demanda. O candidato prometeu atenção especial ao tema e trabalho conjunto com entidades sérias.
Ao ser atacado pelo candidato do PT, Fernando Haddad, Serra aproveitou para lembrar que das seis mil creches anunciadas pelo Ministério da Educação, comandado pelo petista, menos de 300 foram entregues. Serra citou uma frase de Santo Agostinho e concluiu: “Não basta fazer o bem, é preciso fazer bem feito”.
Segundo a Arquidiocese de São Paulo, o colóquio é uma oportunidade de os cinco candidatos mais bem colocados nas pesquisas apresentarem seus propósitos e programas de governo para o município de São Paulo. De todos os candidatos convidados, apenas o do PRB não compareceu. “A dinâmica do colóquio foi definida, ainda nesses últimos dias, de comum acordo com os assessores dos cinco candidatos convidados, incluindo as assessorias jurídicas e de comunicação do candidato do PRB”, lamentou a ausência do candidato, por intermédio de nota à imprensa, Rafael Alberto, secretário de Comunicação da Arquidiocese de São Paulo.
OBSESSÃO PELO ENSINO
Ao ser questionado sobre Educação, Serra agradeceu a pergunta. “Eu fui professor a minha vida toda. Tenho obsessão pela qualidade do ensino, pela didática, pela transmissão do conhecimento”, disse Serra. Ele lembrou que quando era prefeito e depois governador era comum dar aula nas escolas da quarta série do Ensino Fundamental. “Dava aulas para entender melhor a questão. O aprendizado é na sala de aula. E os alunos querem aprender”, disse.
Serra lembrou também de uma medida que introduziu na Prefeitura e no estado que funcionou muito bem: mais um professor na sala de aula. “Uma segunda professora, uma aluna de pedagogia”, disse Serra. Outra iniciativa que ele destacou foi que quando chegou à Prefeitura, em 2005, o piso salarial dos professores era R$ 1.200. Agora, já é de R$ 2.600.
Ele defendeu o aumento do tempo de ensino. “Tempo integral é coisa séria. O número de aulas já aumentou 25%. De 4 horas para 5 horas por dia”, disse, ao citar o fim do chamado turno da fome, aquele espremido entre dois períodos. Com isso os alunos puderam ficar mais tempo na escola. O aumento da jornada escolar só foi possível após um amplo processo de construção de novas escolas, que incluiu a eliminação das escolas de latas deixadas pela gestão anterior do PT.
EXPERIÊNCIA ACUMULADA
Ao encerrar o evento, José Serra agradeceu o convite e disse que, se eleito, governará de forma coerente com seu estilo usando a experiência acumulada e comprometeu-se a governar “sem loteamento de cargos”: “Eu nunca fiz loteamento em nenhum cargo de minha vida pública”, concluiu.
