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Em entrevista, Telhada avalia cenário atual e futuro político

Ex-vereador, segundo deputado mais votado no Estado de São Paulo, com 254 mil votos, o Coronel PM Paulo Adriano Lopes Lucinda Telhada, conhecido na Assembleia Legislativa como Coronel Telhada (PSDB), faz uma avaliação sobre o cenário atual da política, sua participação nas comissões permanentes do Legislativo, as causas que defende e as razões pelas quais as defende e sua relação com o governo estadual. Disse não saber ainda se será candidato, mas admitiu a possibilidade de concorrer a uma vaga no Congresso porque, se eleito, poderia vir a ser o primeiro senador policial militar.

“Este é um ano conturbado, o Brasil está à deriva, o governo federal carrega sequelas por causa do impeachment da presidente Dilma Rousseff, tem as denúncias da Lava Jato; é um quadro sinistro, totalmente indefinido”, resumiu Coronel Telhada, ao ser indagado sobre suas expectativas. Estaria, portanto, mais no aguardo para ver o que fazer de seu futuro político. Já sobre o andamento dos trabalhos no Parlamento paulista, observou que há a preocupação com os projetos de lei apresentados por parlamentares. “Não os vejo prosperarem, como aqueles apresentados pelo Executivo que seguem adiante, apesar da oposição”, resumiu.

Telhada elogiou a gestão do atual presidente Cauê Macris que, “apesar de jovem, tem demonstrado experiência política e cuja firmeza vem incomodando alguns deputados, o que é normal”, disse. Sobre o governo, Telhada sugeriu que o mesmo deveria fazer um gesto para esta Casa, no sentido de liberar emendas parlamentares. Queixou-se também da dificuldade de se conseguir uma audiência com um secretário estadual. “Eu, que sou do partido; imagine os que não são”, frisou.

Aposentadoria da PM feminina e emancipação do Corpo de Bombeiros

Sempre que tem oportunidade, Telhada, presença constante no plenário e reuniões de comissões, aborda dois assuntos: o Projeto de Lei Complementar 4, que prevê a aposentadoria, com 25 anos de serviço, para a policial militar feminina; e o Projeto de Emenda Constitucional 9/2015, sobre a emancipação do Corpo de Bombeiros.

Telhada diz ter “grande consideração” por estas duas causas. No caso das policiais militares, porque as policiais civis já conquistaram essa primazia e, no tocante aos bombeiros, porque a emancipação daria a possibilidade de oferecer trabalho a bombeiros civis.

“Só o Estado de São Paulo não optou pela emancipação; os outros estados da Federação já o fizeram e, no mundo, apenas um ou dois países da África não adotaram esta ideia. Com esta decisão, o Estado de São Paulo está travando o Corpo de Bombeiros e deixando de arrecadar R$ 400 milhões por ano, pois os civis poderiam fiscalizar áreas e cobrar taxas”, argumentou.

Participação em comissões

Sobre sua polêmica indicação para integrar a Comissão de Direitos Humanos nesta Assembleia, em 2015, Telhada apresenta a mesma argumentação que expôs à época. Ou seja, a de que o policial militar é o maior defensor dos Direitos Humanos, já que, diariamente, põe sua vida em risco para salvaguardar a população. Aliás, a defesa da corporação é a grande bandeira de Telhada no Parlamento paulista. Os motivos, ele os evidencia: a instituição PM tem 185 anos com um efetivo de 90 mil militares, entre homens e mulheres.

Além da Comissão de Direitos Humanos, Telhada participa de outras duas, a de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários e a de Assuntos Metropolitanos e Municipais. “Segurança envolve Educação, Saúde… não é só colocar um policial na rua”, afirma. E, desde 27/8 do ano passado, vem coordenando a Frente Parlamentar em Defesa dos Motociclistas, cujo objetivo é debater os problemas relacionados à categoria, especialmente no que tange à segurança.

Mais de Telhada

Ao final da entrevista, Telhada comentou sobre sua atuação na Casa e opinou sobre o atual cenário político. “Compareço diariamente à Assembleia. Trabalhamos. Não mentimos. Ou você tem credibilidade ou não. Isso se sente pelo retorno, por mais que gostem de mim ou não. É uma nova maneira de fazer política. Temos que mudar. Fui o segundo mais votado, sem dinheiro, sem vida política… fui o primeiro a entrar nas redes sociais. Você vê políticos que após a campanha somem. Não há mais espaço para políticos assim. Se vou me candidatar? Vou fazer uma consulta junto aos eleitores no final do ano. Fico no Estado, vou para federal ou saio para senador? Os eleitores é que vão dizer se fiz um bom trabalho ou não. Sinceramente, não tenho vontade de ir a Brasília. Mas, se o partido me apoiasse para senador e se eu fosse eleito, eu seria o primeiro senador policial militar”.

 

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