Engenheiro aeronáutico, Emanuel Fernandes (SP) avalia que o Brasil não possui uma política industrial com foco e perspectiva de crescimento. No ano passado, por exemplo, a indústria nacional fechou com queda de produção de 2,7%. Neste ano o setor segue a passos lentos e incertos. Fatores como infraestrutura deficiente, alta carga tributária e burocracia contribuem para dificultar a vida do industrial que opera aqui.
“Falta ao país uma visão do que quer para o futuro. Não adianta querer ser competitivo em todo tipo de indústria. Nesse atual panorama mundial é preciso focar em determinados nichos. Nossa política industrial tem sido muito terceiro-mundista e próxima aos países bolivarianos”, critica o parlamentar.
O tucano avalia que nos últimos anos o Brasil buscou se aproximar de países que pouco contribuem do ponto de vista comercial, enquanto poderia ter estreitado laços com economias fortes e, dessa forma, se inserir em grandes cadeias de produção.
Para ele, é preciso seguir o caminho o como o da Embraer, localizada em São José dos Campos (SP), onde Emanuel já foi prefeito. A empresa brasileira é referência mundial na tecnologia aeronáutica de ponta e está inserida mundialmente na cadeia de produção de aeronaves. “Não há hoje essa visão de buscar parcerias e se englobar de forma a fazer parte de cadeias que tem como mercado o mundo inteiro, seja na cadeia têxtil, de aviões, ou do que quer que seja”, reitera.
O maior problema atual, aponta o tucano, é o fato de o país possuir um governo que se elegeu levantando a bandeira contra as privatizações e os investimentos estrangeiros. “Isso só vai mudar se o próximo governo tiver uma nova ideologia”, afirma.
