Sobre mandato como senador da República.
Gostaria informar que decidi hoje me manter no exercício da função de Senador da República sem receber a remuneração por esses meses da eleição, mas para mantermos aqui viva, presente, a posição das oposições.
A verdade [é que] somos muito poucos senadores e o Senado Federal vem sofrendo, nos últimos dias, por uma ação absolutamente descabida, uma violência inimaginável. Existem denúncias extremamente sérias em relação à manipulação da CPMI da Petrobras, que investiga os desvios da Petrobras, inclusive com acusações da participação de membros do primeiro escalão de ministérios que se hospedam no Palácio do Planalto, portanto, funcionários do Palácio do Planalto. Então, nós, senadores de oposição, que não somos muitos, resolvemos nos manter no exercício do nosso mandato para impedir que essa farsa seja mantida. As denúncias que estão aí nas revistas do final de semana e sucessivamente apresentadas no plenário do Senado são extremamente graves.
A CPMI é o instrumento da sociedade. É o instrumento da sociedade, das minorias, para investigar denúncias em relação ao governo. E o que ocorreu foi, segundo aquilo que se informam alguns dos mais prestigiosos veículos de comunicação brasileiros, é de que houve uma farsa onde os depoentes foram previamente informados em relação às perguntas que lhes seriam feitas. E para que isso se permaneça, optei por manter-me no exercício do meu mandato como Senador da República sem receber a remuneração durante esse período, mas para estarmos vigilantes nas defesas das prerrogativas do Senado Federal e contra a manipulação que parece alcançar o Palácio do Planalto.
Sobre denúncias que a manipulação atingiu também o plano de trabalho da CPI.
Todas estas denúncias são extremamente graves. Mais uma vez a própria Petrobras se coloca a serviço de um projeto de poder, como já esteve no passado, com negócios absolutamente inexplicáveis e o nosso papel da oposição é estarmos aqui vigilantes. Não é possível que o Palácio do Planalto permita que o poder legislativo seja subjulgado como vem sendo até aqui. Essa manobra, se confirmada, constitui-se em crime, até porque dela participam servidores públicos que terão que responder pela sua atuação. O que queremos é que as gravíssimas denúncias em relação à Petrobras continuem a ser investigadas. E os prejuízos que sofreu a empresa possam ser minimizados ou até ressarcidos. Nós, da oposição, ficaremos todos no plenário, no exercício das nossas funções para que quando for necessário, reagirmos.
Sobre o futuro da CPI.
Nosso papel é impedir que ela seja uma farsa ainda maior. Somos minoria, mas estaremos presentes em todas as discussões para impedir a sua manipulação. O que, infelizmente, fez o governo – e as denúncias chegam ao Palácio do Planalto, ao segundo homem do Ministério das Relações Institucionais, coordenado e conduzido hoje por um homem já envolvido em gravíssimas denuncias como aquela dos Aloprados. Se a Presidente da República resolve levar pessoas com esses valores, com essa fama de agir para dentro do Palácio do Planalto, ela certamente é responsável pelas consequências dos atos dessas pessoas. O que queremos é que tudo seja investigado e vamos estar vigilantes para que a CPMI não se transforme em uma forma ainda maior.
Sobre o secretário-executivo da Secretaria de Relações Institucionais, Luiz Azevedo.
Hoje mesmo o PSDB e nossos assessores jurídicos estão reunidos para definir que tipo de investigação, que tipo de representação deveremos propor. Certamente proporemos. Trata-se de um agente público, pago com dinheiro público, conduzindo, coordenando segundo as denúncias uma grande farsa. Ou temos respeito ao Parlamento e à democracia, ou o Brasil vai se transformar dentro de muito pouco tempo num país sem liberdade. O papel da oposição é esse, de estar aqui vigilante e impedir que essa farsa permaneça.
Sobre as denúncias que atingem o governo.
Esse governo tem uma marca. É a marca do ‘eu não sabia’, e essa é uma marca que não dura muito tempo, essa estratégia não é duradoura. Vamos aguardar as investigações. O que é grave e os jornais hoje divulgam isso, e acho que outras informações estão por vir, é de que a coordenação dessa farsa saiu do Palácio do Planalto. De um homem que ocupa o segundo postos na Secretaria de Relações Institucionais, que é um ministério vizinho ao gabinete da presidente da República. Não faço prejulgamento, muito menos condeno ninguém por antecipação, mas as respostas têm que ir além do ‘eu não sabia’.
Se no Congresso Nacional isso é grave, o envolvimento de servidores do Congresso Nacional, de parlamentares é muito grave, é tão ou mais grave o envolvimento de funcionários do poder central, sobretudo aqueles que têm espaço de destaque no Palácio do Planalto e nas definições das ações de governo. Esse assunto precisa ser claramente esclarecido.
Sobre ato com o candidato a governador do Distrito Federal, Luiz Pitiman.
Quero dizer da minha alegria de ver a nossa campanha aqui no Distrito federal crescendo ao lado do companheiro Luiz Pitiman. As pesquisas aqui já nos colocam em uma posição extremamente favorável, em primeiro lugar, e vamos segurar essa diferença ou ampliá-la e lutar para vencermos também para o governo do Distrito Federal.
O Pitiman tem consistência, reuniu um grupo de aliados muito expressivo em uma eleição tão dividida e tenho confiança de que ele poderá chegar lá e vencer as eleições. Essa é a nossa aposta, estou muito honrado de fazer essa campanha no Distrito Federal ao lado do deputado e futuro governador Pitiman.