Sobre agenda em MS e compromissos.
Em primeiro lugar, quero dizer que estou muito feliz em estar mais uma vez no Mato Grosso do Sul, ao lado do nosso companheiro Reinaldo Azambuja, nosso candidato a governador, Antônio João, nosso candidato ao Senado, nossos companheiros candidatos a deputados, numa caminhada que tem um objetivo: apresentar ao Brasil um novo projeto. Quero aqui hoje, em Dourados, reiterar o meu compromisso em fazer um governo parceiro do agronegócio. O Brasil hoje deve ao esforço dos homens do campo, na agricultura e na pecuária, o crescimento que vem tendo. Não fosse esse esforço estaríamos crescendo negativamente. E o Brasil, infelizmente, não compreendeu até agora a necessidade, em primeiro lugar, de dar segurança jurídica de quem produz no campo. Em segundo lugar, de investir em logística e infraestrutura, que permita maior competitividade àqueles que produzem no campo.
Sobre o Superministério da Agricultura.
Essa é uma região emblemática para nós. Portanto, quero reafirmar o compromisso de criar o Superministério da Agricultura. Um ministério que atuará no mesmo nível do Ministério da Fazenda. Um ministério que terá interlocução com o Ministério da Infraestrutura na definição dos investimentos em logística e infraestrutura. Um ministério que participará da formulação do orçamento. Um ministério que será ocupado por pessoas representativas do setor e não estará mais sujeito a esse loteamento político a que vem sendo submetido ao longo dos últimos anos. Ou compreendemos de forma definitiva que o agronegócio é a principal alavanca para o desenvolvimento econômico, mas também social do país, ou vamos estar daqui a pouco, infelizmente, nos confrontando com o crescimento negativo da nossa economia.
Sobre o agronegócio.
O Brasil precisa de planejamento. Desde a década de 1990, tivemos um aumento da área plantada em torno de 40% e tivemos um aumento da produção em torno de 220%. Isso é uma constatação clara de que o agronegócio brasileiro é produtivo, tem responsabilidade ambiental. O que temos é que planejar o Brasil. O Brasil virou um cemitério de obras abandonadas e inacabadas por toda a parte e isso impacta na nossa competitividade e também nas questões ambientais.
Sobre Marina Silva.
É natural que ela apareça bem nas pesquisas. Tenho respeito pessoal pela Marina, ela terá oportunidade de defender as ideias nas quais acredita e continuaremos apresentando as nossas. Somos hoje o projeto alternativo ao governo federal. Construímos ao longo desses últimos anos em amplos debates Brasil afora, inclusive aqui na região, uma proposta que busca a retomada do crescimento da economia, o resgate da capacidade do Brasil melhorar os seus indicadores sociais, eficiência na gestão do Estado para que essas obras inacabadas, interrompidas ou atrasadas possam ser finalizadas. O nosso projeto é antagônico ao projeto ao PT. O nosso grande adversário nessa eleição é o modelo de governo que aí está, com o aparelhamento da máquina pública casado à ineficiência e com uma visão distorcida do mundo, o que tem, infelizmente, levado o Brasil a ter um dos piores crescimentos na nossa região, a inflação recrudescida, a atormentar a vida dos brasileiros, principalmente dos mais humildes. O que proponho é um governo que usa decência com eficiência. Um governo que planeje e que tenha um claro protagonismo na melhoria das condições de competitividade de quem produz no campo. Essa é a nossa principal fonte, seja do ponto de vista do desenvolvimento econômico hoje, mas também do desenvolvimento social pelos desempregos que gera.
Sobre a estratégia da campanha.
Temos um projeto cujo nosso adversário é o governo central. Nosso antagonismo é com o PT. E nós continuaremos construindo estas propostas, debatendo estas propostas com a sociedade brasileira. Lamento muito, pessoalmente, como já tive a oportunidade de externar a perda de um amigo, um politico que tinha propostas para o Brasil. Temos que agora, respeitando a posição da Marina, esperar que ela possa vir para o debate em relação ao futuro. Eu debaterei o Brasil do futuro. As nossas propostas, repito, se confrontam ou se conflitam com aquelas que hoje governam o Brasil, seja do ponto de vista da visão de mundo a qual me referi, seja em razão do aparelhamento absurdo da máquina pública, à incapacidade que o governo do PT ao longo de todos essas anos demonstrou de estabelecer parcerias com o setor privado, viabilizando obras que já poderiam há muito tempo estar prontas, beneficiando a economia e os cidadãos brasileiros. E, na verdade, por outro lado, o PT optou por uma política social de administração da pobreza. Nós, por outro lado, estamos apresentando propostas que buscam a superação da pobreza. O nosso antagonismo continua sendo com o PT que é o nosso real adversário.
Sobre questão fundiária.
O que temos que buscar é a paz no campo, que não será alcançada com a omissão do governo federal – tanto daqueles que produzem no campo, e há varias gerações devem ter garantias para que possam produzir, quanto das comunidades indígena, para que possam ter também as terras pra manter as suas tradições, e as populações indígenas possam efetivamente continuar convivendo com a sua cultura e mantendo as suas tradições. Em casos de conflito iminente, temos que ter a responsabilidade de avançar na direção da desapropriação de terras que hoje são ocupadas por fazendeiros ou por produtores rurais. O meu governo não será o governo da omissão. Será o governo da responsabilidade. O governo que vai dirimir os conflitos que hoje crescem no Brasil pela absoluta omissão do governo federal. E acho, inclusive, que os Estados podem participar na definição dessas áreas. Hoje, isso é uma exclusividade da Funai e acho que precisamos colocar a Embrapa, pelo conhecimento que tem, e também os Estados, para definição dessas áreas. E o governo federal pode sim avançar na direção da desapropriação dessas terras.
Sobre segurança pública.
A omissão do atual governo é criminosa, e aqui vocês sentem isso, essa aqui é uma área de fronteira – o Mato Grosso do Sul tem mais de 1.500 km de fronteira com Paraguai e Bolívia – isso significa fronteiras abertas, e o aumento da criminalidade no Brasil. No ano passado, no Brasil, foram mais de 56.000 mortes, mais que todas as guerras somadas ao redor do mundo. Isso se dá, fundamentalmente, em razão do tráfico de drogas e tráfico de armas. E o governo transfere essa responsabilidade, exclusivamente, para os estados, como se não tivesse nada a ver com isso, e tem. Essa é uma responsabilidade do governo federal. Vamos equipar a polícia federal. No meu governo, o Ministério da Justiça se transformará no Ministério da Segurança Pública e da Justiça; os recursos dos Fundos Penitenciários, Fundo Nacional de Segurança serão proibidos de serem contingenciados, como acontece hoje. No governo da presidente Dilma, nesses três anos, o Fundo Nacional de Segurança foi executado em menos de 40% do que foi aprovado; o Fundo Penitenciário, o Funpen, foi executado em cerca de 11% daquilo que foi aprovado. A presidente propõe em sua campanha eleitoral o fortalecimento da polícia federal, [mas] ela tem um orçamento para política federal, hoje, o menor desde 2009. Os VANTs – veículos aéreos não tripulados – que ela anunciou em grande número – 14 às vésperas da campanha eleitoral de 2010 – para ajudar com tecnologia avançada no controle de nossas fronteiras, transformaram-se em dois apenas. O atual governo desconsidera importante tratar da questão da Segurança Pública, o meu será o governo da segurança, o governo da Lei, o governo da ordem, o governo do desenvolvimento e da sensibilidade social.