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“Escalas técnicas” da presidente no exterior custam caro ao país e precisam ser investigadas

“Escalas técnicas” é o termo utilizado pelo governo federal para as paradas da presidente Dilma durante viagens internacionais em locais que podem não estar programados e fora da agenda oficial. A recente passagem por Lisboa foi só mais uma outras tantas. O deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) chamou atenção para a repetição desses episódios. Os locais escolhidos pela equipe da petista para tais escalas coincidentemente oferecem diversas atrações turísticas. “É o recurso público sendo gasto com festança. Isso não pode acontecer. Precisamos nos mobilizar para que tenhamos mais transparência na utilização do nosso dinheiro”, alertou o tucano nesta quarta-feira (29).

Essas escalas técnicas têm sido aproveitadas por Dilma, desde o início do mandato, para passear, como mostra o jornal “Folha de S.Paulo”. Estadias de Dilma e sua equipe sem justificativa oficial teriam custado pelo menos R$ 433 mil aos cofres públicos, de acordo com dados obtidos ano passado pela BBC Brasil. Apenas uma noite em Atenas, em 2011, teria saído por R$ 244 mil. Naquela ocasião, ao ser questionada por jornalistas, Dilma se recusou a responder qualquer pergunta porque estava “a passeio”.

Representações protocoladas nessa terça-feira (28) pelo PSDB na Procuradoria Geral da República e na Comissão de Ética Pública da Presidência da República destaca que as reiteradas “paradas técnicas” são sempre em cidades com atrações turísticas e que a petista vem se negando a se hospedar em embaixadas brasileiras, optando por hotéis de luxo. Tudo pago com dinheiro do contribuinte. No documento, o partido solicita investigação da presidente por suposta prática de improbidade e eventual crime contra a administração pública em virtude da estadia luxuosa em Lisboa e da falta de transparência por parte do governo sobre o evento.

Como destacou o líder do partido na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), a opção pela estada da presidente no Hotel Ritz, cuja diária na suíte escolhida é estimada em R$ 26,7 mil, fere o interesse público, já que o Brasil dispõe de uma Embaixada na capital portuguesa. Além disso, mesmo com a necessidade da parada técnica, alegada pelo governo, seria perfeitamente possível seguir viagem após o abastecimento do avião.

“Isso demonstra realmente o desrespeito e a desconsideração com o recurso público. Não tinha nada a ver parar em Portugal para passar a noite tomando vinho com o dinheiro público. Isso está virando costume. Foi assim em Atenas e tantos outros lugares. Mas não me estranha vindo de quem pega dinheiro do Brasil para fazer porto em Cuba com tanta coisa precisando ser feita aqui”, criticou Gomes de Matos.

Episódio parecido ocorreu em 2012. Ao voltar da Índia, Dilma aproveitou um pouso técnico na Sicília para almoçar com ministros. Fez o mesmo na Espanha, um pouco antes, e chegou a fazer check-in em um hotel em Granada, mas desistiu de dormir na cidade.

Escolhas feitas pelo governo em viagens oficiais também são questionáveis. É o caso da ida de Dilma para acompanhar a posse do Papa Francisco em 2013. Apesar do conforto oferecido pela Embaixada do Brasil em Roma, a petista também preferiu hotel de luxo, que reservou nada menos que 52 quartos para a imensa comitiva. Resultado: R$ 324 mil gastos em três dias. Em dezembro de 2011, em visita a Paris, Dilma ficou no hotel Briston, um dos mais caros da capital francesa. Conta espetada no bolso do contribuinte: R$ 1,2 milhão.

Do Portal do PSDB na Câmara

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