A deflagração da operação Porto Seguro trouxe a público os nomes de Rosemary Nóvoa de Noronha e José Weber Holanda, apontados como líderes do esquema de corrupção que envolveu sete órgãos federais e consistia na venda de pareceres fraudulentos – e os inscreveu em uma relação de protagonistas de escândalos ocorridos durante o governo Dilma Rousseff.
Relembre outros casos.
Erenice Guerra (PT)
Pessoa de confiança desde que Dilma Rousseff era ministra de Minas e Energia, Erenice Guerra saiu da Casa Civil depois que a revista Veja publicou matéria denunciando que ela fazia parte de esquema intermediado pelo seu filho, Israel Guerra, e teria ajudado uma empresa do setor aéreo a fechar contrato em termos favorecidos com os Correios. Em seguida, o jornal Folha de S. Paulo trouxe matéria na qual uma empresa de Campinas acusava o filho de Erenice de cobrar dinheiro para obter liberação de empréstimo no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
Antonio Palocci (PT-SP)
Um dos coordenadores da campanha presidencial de Dilma Rousseff, Palocci já havia deixado o Ministério da Fazenda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva por envolvimento com a quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa. A vítima denunciou a existência de uma casa na capital federal utilizada por lobistas de Ribeirão Preto ligados a Palocci. Ao retornar com papel de protagonista à cena política, o então ministro-chefe da Casa Civil no início do governo Dilma, caiu novamente por não conseguir explicar o crescimento exponencial do seu patrimônio.
Ideli Salvatti (PT-SC)
A atual ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, teve o nome envolvido em denúncias de irregularidades na compra de 28 lanchas pelo Ministério da Pesca. Segundo reportagem do “Estado de S.Paulo”, a empresa Intech Boating foi contratada para construir lanchas-patrulhas de mais de R$ 1 milhão cada. Após a contratação, contudo, a empresa afirma ter sido procurada pelo PT de Santa Catarina para doar R$ 150 mil ao comitê local. O PT catarinense pagou 81% dos custos da campanha de Ideli ao governo daquele estado, em 2010. Ela perdeu a eleição e assumiu o Ministério da Pesca em 2011.
Fernando Pimentel (PT-MG)
Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel passou o fim do ano passado na corda bamba por conta de suspeitas de tráfico de influências entre 2009 e 2010. Nesse período, ele foi proprietário de uma consultoria que manteve contratos com empresas que ganharam licitações com a prefeitura de Belo Horizonte, chefiada pelo ministro até o final de 2008. A consultoria rendeu a Pimentel cerca de R$ 2 milhões, quantia superior ao patrimônio declarado pelo ministro ao Tribunal Superior Eleitoral em 2008.
Rosemary Novoa de Noronha e José Weber Holanda
A ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo e ex-advogado-geral-adjunto da União saíram dos cargos com a deflagração da Operação Porto Seguro da Polícia Federal – que levou à prisão diretores de agências reguladoras e ao indiciamento de 18 pessoas. Segundo as informações, esses funcionários do governo estavam ligados com a negociação de propinas em troca de emissão de pareceres e laudos técnicos em favor de empresas com interesse em processos com a União.