Dilma Rousseff pensa que pode garantir, no gogó, que o Brasil tenha esse ano um crescimento “sério, sustentável e sistemático”, é o que disse ontem no Nordeste. Aliás, se pensa mesmo, ou diz para manter uma aparente euforia, sei lá. Mais me parece torcida que qualquer outra coisa. Afinal, se ela não mostrar otimismo, então quem?
Lá no começo do governo a previsão dela era uma média de 6% nos quatro anos de mandato. Como nos dois primeiros anos não chegamos a 4%, vamos precisar, para chegar à previsão dela, crescer 20% ao ano nos próximos dois anos. Não vai dar, não é?
Fala sério, Dilma. Para crescer, é preciso investir. E para investir, o sujeito que tem dinheiro precisa acreditar que seu investimento terá lucratividade e, indispensável, segurança de que ele não vai se evaporar por manobras ou mandrakarias do governo. Em relação a essa segunda condição, não parece pairar dúvidas: não há segurança. Quanto à primeira condição, quem garante no quadro atual, em que os preços ( gasolina, etanol, energia elétrica, gás natural, etc ) são manipulados pelo governo, e que a infraestrutura e a qualificação profissional cada vez menos respondem às necessidades, que os lucros serão razoáveis para encorajar o investimento?
Fala sério, Dilma!
