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Falta ao governo a honestidade intelectual

Em setembro do ano passado a presidente Dilma vetou um artigo de lei aprovado pelo Congresso Nacional, nascido de emenda do PSDB, que isentava a cesta básica de impostos federais, nos moldes da decisão por ela anunciada hoje em rede nacional.  Vale dizer, não permitiu que uma proposta do PSDB fosse colocada, meses antes, a vigorar, para ser agora o pai ( ou a mãe ) do benefício.   E ela resolveu anunciar a sua medida no dia de hoje, dia internacional da mulher, como um agrado a elas e um discurso no qual ressalta a igualdade de gênero.  Faltou ressaltar o valor da honestidade intelectual que deveria ser respeitada por todos, de qualquer sexo, principalmente por aqueles que têm responsabilidade de governo.  Hoje foram 11 minutos de palanque nos meios de comunicação com aquela cara de quem está apenas comunicando um benefício, sua criação, uma benesse que nos concede, mas que já poderia estar em vigor há meses.   Apenas não seria obra dela.

Logo em seguida, no noticiário da noite, mais uma demonstração de desonestidade intelectual: o governo anuncia que o custo da energia das usinas térmicas, que estão sendo acionadas – provavelmente por todo o ano, para tentar evitar o risco do apagão – não será transferido para o consumidor.  O governo vai bancar, subsidiar, o custo a maior dessa energia.  E, mais uma vez, o governo, leia-se Dilma Roussef, procura enrolar o público, como se esse subsídio não fosse parte da arrecadação do Tesouro que, nada mais é, que dinheiro do cidadão brasileiro.  Ou seja, somos sempre nós que pagamos, nas contas de luz ou no impostos.   Mas o governo apresenta o seu gesto como mais uma concessão aos brasileiros.

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