Geraldo Alckmin é a melhor opção para governar o Brasil a partir de 2007. A prova foi sua participação, nesse domingo (22/10) no programa Roda Viva, da TV Cultura. Entrevistado por jornalistas de seis veículos de imprensa, o candidato mostrou seus projetos e disse o que pretende para o País. (Foto: Divulgação TV Cultura)
Questionaram Geraldo os jornalistas Cristiano Romero (Valor Econômico), Lourival Santana (O Estado de S. Paulo), Teresa Cruvinel (O Globo), Denise Rothemburg (Correio Brasiliense), Kennedy Alencar (Folha de S. Paulo) e Alexandre Machado (TV Cultura), além do apresentador Paulo Markun.
Perguntado se, eleito presidente, conseguirá aprovar projetos, Geraldo disse: “Fui prefeito, não precisei comprar ninguém para aprovar os meus projetos. O Mario Covas foi governador e não precisou comprar ninguém. Você escolhe os parceiros. O PT e o Lula escolheram seus parceiros e o que havia de pior na política brasileira. E o PT não tem mais equipe, está na mão desse pessoal todo”.
O candidato ainda se comprometeu a ter um governo para todo o Brasil, começando pelos nomes de sua futura equipe: “Vou fazer um brasilério, não um paulistério, como Lula fez, só com paulistas. Vou fazer o Brasil se representar no meu governo”.
Veja abaixo os principais pontos da entrevista
Corte de gastos
“Tínhamos em São Paulo um déficit orçamentário de 25% ao ano. Foi reduzido a 3% no primeiro ano e zero nestes últimos doze meses, sem aumentar um imposto, o que nos possibilitou reduzir impostos nos últimos anos para 200 produtos e serviços. Então, é possível reduzir imposto, é possível acertar as contas públicas, é possível investir mais trabalhando certo. Acredito que a população está madura e sabe o que está acontecendo. O povo na feira está me falando isso mesmo, que precisamos reduzir impostos. E o meu adversário Lula já disse que não tem gasto para cortar, que vai continuar com34 ministérios. E o imposto vai subir. Eu vou reduzir para valer, só pela corrupção já dá US$3,5 bilhões.
Não vou cortar na área social, vou cortar a Bolsa Banqueiro, que o Lula pagou R$156 bilhões para banqueiros no ano passado. Não vou cortar na área social, vou aumentar a área social com o emprego, que é o melhor jeito de arrumar o social”.
Previdência Social
“Déficit na Previdência vai ter sempre e vai ter que ter o aporte de recurso do orçamento. A gente pode é melhorar isso com o Brasil crescendo, mas não 2%, pois aí é claro que vai ter problema. Segundo, diminuindo a informalidade, pois mais da metade dos trabalhadores brasileiros estão na informalidade, e são os mais pobres. Temos que trazer esta economia informal para a formalidade, protegendo este trabalhador mais pobre, para melhorar a arrecadação da previdência. A lei tem muito custo na folha de pagamento e desestimula a formalidade. Isso tem que mudar. O empresário tem que pagar o imposto na hora que vende o produto e não sobre a folha de pagamento.
E que governo é esse que quando era oposição voltou contra a PEC da Previdência e agora que está no poder não aprova uma lei” A PEC só foi aprovada com os nossos votos, ela não passaria se não fosse os votos da oposição, não passaria se fosse pelo PT. Nós não nos comportamos como o PT, não”.
Ajuste fiscal
“Governar é escolher. E o Lula escolheu dar R$ 9 bilhões para um Fundo de Pensão de Estatal e para o aposentado do INSS, cuja média é dois salário mínimos, ele falou: não tenho dinheiro. Eu não faria isso, eu daria o dinheiro para os aposentados e pensionistas do INSS. E ele não vai resolver o problema da Previdência com mais aperto. Ou o Brasil cresce, combate fraude e sonegação, ou não teremos o mínimo de justiça social ou não dá. Dá para fazer ajuste mas não em cima do social”.
Privatização
“Tem privatização que é correta. Veja o caso da telefonia. Quando se tinha que declarar o bem no imposto de renda, custava R$3 mil uma linha, tinha que entrar na fila, esperar. Hoje são 90 milhões só de telefones celulares, mais 40 milhões com telefonia fixa, 70 mil empregos, R$ 100 milhões de investimento. Universalizou-se o uso, deu acesso à Internet. Por que eu vou mentir minhas intenções” Isso tudo (dizer que Geraldo vai privatizar empresas) é mentira, faz parte da campanha suja do dinheiro escondido, de gente que fica enganando o povo.
(Jornalista pergunta se Lula é mentiroso) Só posso imaginar que alguém que é presidente da República não tem o menor compromisso com a verdade. Veja o oportunismo e a falta de compromisso da verdade. Aliás, um governo que a corrupção é praticada dentro do Palácio do Planalto e ninguém vê. Mas um bom exemplo da mentira do PT é o Banco Nossa Caixa, o sexto banco do País, fortíssimo e não privatizei, fortaleci a instituição. O Lula que privatizou o Banco do Ceará”.
Pesquisas
“Não discuto mais pesquisa. Se pesquisa desse certo não teria segundo turno, o Jaques Wagner não era eleito governador da Bahia e a Yeda Crusius não teria segundo turno. E eu vou na minha, pois acho que metodologia de fluxo… confio mais nas nossas pesquisas internas, feitas todos os dias. E essas outras são feitas apenas uma vez por semana. No “tracking” se você pega um dia fora do pico, fora da linha, no outro você acerta”.
Bancada – maioria no Congresso Nacional
“Tem gente boa na política também. Eu fui prefeito, não precisei comprar ninguém para aprovar os meus projetos. O Mario Covas foi governador e não precisou comprar ninguém. Essa é uma visão autoritária, é subjugar um poder pelo outro. Você escolhe os parceiros. O PT e o Lula escolheram seus parceiros e o que havia de pior na política brasileira. E o PT não tem mais equipe, está na mão desse pessoal todo”.
Família
“Não tenho problema em falar sobre questões de família, eu sou um republicano, podem falar a vontade, vasculhar a vontade. Tenho 32 anos de vida pública, sou mais pobre que o Lula, todos meus filhos trabalham para ganhar seu dinheiro honestamente”.
Déficit nominal zero
“Meu objetivo é déficit nominal zero. Porque o Brasil gasta mais do que arrecada, tem superávit primário, gasta mais do que arrecada, ou seja, tirando a conta de juros. A hora que coloca a conta de juros falta dinheiro. Tem que todo mês fazer novos empréstimos. E se nós conseguirmos chegar ao déficit zero, não precisar fazer novos empréstimos, você pode renegociar melhor a sua dívida e ter juros mais baratos. Dá para fazer em quatro anos. Mas a gente, mesmo que não consiga reduzir a zero, conseguir reduzir substancialmente, o mundo não acaba em quatro anos, o outro vai dar seqüência. Mas vamos alcançar a meta”.
União do Brasil
“Mesmo se eu não ganhar a eleição eu vou continuar no espírito de ajudar o Brasil. Não fui eu que desuni o país. Nós temos um time novo e acho que assim temos um empuxo mais forte, e o Brasil andará melhor. Agora o que o PT não pode exigir da oposição é impunidade. Aí não é possível, querer que a oposição seja conivente, que haja impunidade, aí não. Aí nem a população brasileira quer isso.
Se me permitem o neologismo, eu vou fazer um brasilério, vou fazer o Brasil se representar no meu governo. No PSDB o presidente é do Ceará, o líder da Câmara é na Bahia, o líder do Senado é do Amazonas. Quem fez o paulistério foi o Lula, o PT. O presidente é de São Paulo, o Zé Dirceu é de São Paulo, Genoíno, de São Paulo, Roberto Rodrigues, de São Paulo, o Furlan, de São Paulo, o Palocci, de São Paulo, Guido Mantega, São Paulo, Márcio Thomas Bastos, São Paulo, é tudo paulista. Tudo que o PT criticava no FHC ele fez com base maior. Dizia que a política econômica não era boa e fez a mesma, só que com doses que matam doente, sem nenhuma justificativa, o que levou o Brasil não crescer”.
Eleição – consideração final
(Questionado se ganhará) “Estou trabalhando para isso. Seria uma presunção da minha parte estar me antecipando às questões das eleições, sou um democrata, tenho apreço à democracia e estou trabalhando de manga arregaçada. E acho que posso fazer mais. A grande discussão é quem pode no governo Federal fazer mais pelo Brasil nos próximos quatro anos” Eu acho que um time novo pode mais. Eu acumulei experiência, me preparei, fui vereador, prefeito, deputado estadual, federal, vice-governador – co-piloto de um grande comandante Mario Covas, governador do Estado reeleito. Eu já vi reeleição, é um pouquinho mais do mesmo. Este já termina com dificuldade, imagina como vai continuar. E não tem nada de oposição, a oposição não fez uma denúncia, todas as denúncias vieram pelos fatos. O governo não funciona, o presidente fala que não vai cortar gastos, que não tem jeito, que não tem remédio, 34 ministérios. E o Brasil não cresce. Para que esperar 2010 se podemos mudar agora” Acho que um time novo pode mais. E para mim política é serviço e quero ser um instrumento para mostrar que é possível política e ética, política e honra, política e mudança, eficiência no governo, qualidade de gasto público e o Brasil andar mais depressa”.
Fonte: Site Geraldo45
