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Gilberto Carvalho não explica por que Rosemary é protegida

Crédito: Gerdan Wesley

Gilberto Carvalho não é mais amigo de Rosemary Noronha. A vida os afastou por divergências pessoais. O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República não foi consultado pela ex-chefe do escritório de Dilma Rousseff em São Paulo se aceitaria ser sua testemunha contra acusações de tráfico de influência.

“A minha relação com Rosemary era funcional naquilo que dizia respeito às tarefas. Não sei por que ela, com quem há muito tempo não converso, me citou como testemunha nem, tampouco, porque a CGU me tirou da lista”, declarou, referindo-se ao processo da CGU (Controladoria Geral da União).

O ministro revelou que não pediu ao órgão para retirar seu nome da lista. Ele disse também não ter conhecimento sobre a prorrogação do processo por mais 60 dias. “Não tive acesso formal à sindicância. Não me cabia saber.”

Essa foi uma das respostas às várias perguntas feitas por Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) a Carvalho durante audiência realizada nesta terça-feira (18) na Comissão de Meio Ambiente (CMA). O líder do PSDB o convidou a prestar esclarecimentos por conta de reportagem publicada pela Veja em maio passado. A revista acusa a Secretaria-Geral de impedir a Casa Civil de investigar a ex-funcionária.

Questionado sobre as 23 viagens feitas por Rose ao exterior com a comitiva do ex-presidente Lula, Carvalho afirmou que ocorreram a convite porque ela atuava informalmente junto ao cerimonial da Presidência da República. Sobre hierarquia, o ministro disse que, na época, Rose estava subordinada a seu gabinete.

Nomeação polêmica

“Eu tinha informação básica do papel da dona (sic) Rosemary. Já quero adiantar, evidentemente, que nunca tive conhecimento de outras atividades porque não havia prestação de contas sobre esses episódios.”

Sobre atritos por causa de nomeações, Carvalho mencionou um único caso, a indicação de Paulo Vieira para a ANA (Agência Nacional de Águas). Contou que foi alertado pelo então presidente da agência, José Machado, da inadequação de Vieira ao cargo.

Em relação ao pedido do Ministério Público para ter acesso aos documentos, o ministro disse que soube pela imprensa, já que foi encaminhado diretamente ao gabinete pessoal e não à Secretaria-Geral. “Foi negado (o acesso) por uma questão formal, uma vez que o pedido deveria vir da Procuradoria Geral.”

Ciset

O líder do PSDB perguntou se a defesa de Rose procurou a coordenadoria da Ciset (Secretaria de Controle Interno da Presidência da República). Carvalho limitou-se a responder que não foi comunicado e que já dera explicações à imprensa.

Geralmente, é a Ciset a responsável por investigar servidores federais. Porém, excepcionalmente, a Casa Civil conduziu o processo por determinação da presidente Dilma. O órgão está subordinado à Secretaria-Geral.

Ele negou a existência de procedimento paralelo e minimizou o problema: “o entendimento foi que a Casa Civil conduziria a apuração porque a Ciset não teria essa competência. A Ciset fez uma discussão técnica em que apontou problemas.”

Sobre a atuação do órgão, Aloysio Nunes disse que houve um desacerto. “Ficou claro que houve uma falta de coordenação e entendimento (para não dizer desentendimento) no início dessa investigação.”

Mané Garrincha

Perguntado se funcionários do governo federal teriam pagado a um grupo para queimar pneus na abertura da Copa das Confederações, em Brasília, Carvalho se esquivou a princípio, mas foi instado pelo líder do PSDB a dar uma declaração sobre o que considerou conduta grave.

O ministro disse que já havia sido emitida nota oficial e que trata-se de apenas um caso isolado. “As pessoas citadas como funcionários, à exceção de um deles, não foram ao protesto de sábado”. E avisou que irá investigar excessos.

Fazenda Buriti

Ele reconheceu que se expressou mal na conversa com indígenas ao dizer que a presidente Dilma tinha reprovado a ação do ministro da Justiça (José Eduardo Cardozo). “Não foi isso que ocorreu. Em seguida, eu desmenti”.

Segundo Carvalho, Dilma quis saber do ministro se haviam sido esgotadas todas as possibilidades da tensa negociação para evitar uso da violência, como a morte do índio terena Oziel Gabriel em Sidrolândia (MS).

Da Liderança do PSDB no Senado

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