O candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, afirmou, neste domingo (14), durante visita à Central Única das Favelas (Cufa), no Rio de Janeiro, que no seu governo oferecerá qualidade nos serviços públicos de saúde, educação e transporte público para os moradores de comunidades carentes. Ele afirmou que os bancos serão estimulados a oferecer operações de crédito para os moradores dessas áreas.
“Temos de ter um olhar para essas comunidades, que vai muito além da segurança pública. Temos de levar políticas de geração de renda e de qualificação de renda onde elas moram”, ressaltou o candidato.
Acompanhado pelo ex-jogador de futebol Ronaldo Nazário, o Fenômeno, Aécio visitou a nova sede da Cufa, em Madureira, onde participou do lançamento do livro “Um país chamado favela”, de Renato Meirelles e Celso Athayde, que traçou um perfil dos 12 milhões de brasileiros que moram em favelas de35 regiões metropolitanas do país.
“Se eu for presidente da República, o governo vai fazer investimentos nas favelas. Vamos fazer hospitais, postos de saúde equipados e bancos, que vão oferecer crédito subsidiado a essas regiões. Vamos levar educação de qualidade”, ressaltou o candidato. Para ele, as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e a acessibilidade são um primeiro passo.
“A UPP é importante, é o primeiro passo. Mas se não levarmos serviços, emprego, possibilidade de geração de renda, qualificação para essas pessoas, vamos ficar no meio do caminho.”
Aécio reafirmou que o papel do poder público deve ser de parceria na promoção da cidadania, não de uma postura paternalista. “O Estado, diferente do que o atual governo diz, não é aquele que melhora sua vida. O Estado tem de ser o grande parceiro. Tem de oferecer um transporte de qualidade, saúde próxima à sua casa, educação adequada.”
“Então vamos subir as favelas, não apenas com polícia, mas com serviços e crédito, com postos de saúde e hospitais de boa qualidade. Essa é a grande virada que nós queremos dar. Chega dessa visão preconceituosa: do asfalto para a favela que existe hoje.”
Compromisso
O candidato reiterou o seu compromisso com o programa dirigido a 20 milhões de jovens de 18 a 29 anos que interromperam os estudos antes de concluir o ensino fundamental o médio e que, em seu governo, receberão uma bolsa no valor de um salário mínimo para voltar a estudar. “Eu serei o parceiro de mão estendida para o brasileiro que queira estudar e trabalhar”, destacou. Ele lembrou que, de 56 mil pessoas assassinadas no ano passado, 30 mil eram jovens e negros.
Para Aécio, o preconceito social e racial será enfrentado com investimentos para reduzir a desigualdade. “Por que a escola mais bonita e mais bem equipada, com os melhores professores, está no asfalto? Vamos levar lá para cima. É aí que nós vamos enfrentar o preconceito. Por isso, eu me animo muito e me entusiasmo com a nossa proposta, porque nós somos a mudança verdadeira que o Brasil precisa.
As afirmações foram feitas em entrevista coletiva na sede da Cufa, construída sob o viaduto Negrão de Lima, em Madureira. Ele comentou o resultado da pesquisa publicada no livro, segundo a qual 95% dos moradores de favelas se sentem felizes, entre outros dados.
“O mais interessante é que cerca de 60% dos jovens, mesmo aumentando sua renda, querem continuar a viver nessa comunidade, porque ali estão seus laços afetivos, familiares”, disse.
Descontração
Aécio assistiu a uma roda de capoeira e uma apresentação rápida e informal de street dance. Descontraído, ensaiou um passo da dança e um jogo de capoeira com Ronaldo. Visitou as instalações da Cufa, conheceu salas destinadas a cursos de capacitação da comunidade, como artesanato e audiovisual.
Convidado a fazer uma saudação aos presentes, o candidato foi aplaudido ao reforçar o papel do Estado de parceiro na promoção de cidadania.
“Quem melhora a vida de cada um é quem acorda cedo, rala, chacoalha no transporte público de péssima qualidade, estuda, trabalha, volta para estudar, porque quer encontrar um lugar na vida. Essa é a minha visão, muito diferente do modelo que está governando o Brasil.Eu acho que o Estado tem que ser o parceiro, para te dar a oportunidade se você quiser.”
Aécio Neves foi aplaudido quando citou o programa Mutirão de Oportunidades, dirigido aos jovens que pararam de estudar e inspirado em projeto semelhante realizado em Minas Gerais, quando foi governador do estado.
“Onde eu estiver, terá alguém pensando em um Brasil muito diferente. Não jogo a bola do Ronaldo, mas tenho uma vontade enorme de fazer gols nesse Brasil afora em favor da rapaziada! Valeu moçada! Viva a favela do Brasil!”