Do total de recursos públicos investidos em infraestrutura, apenas 65% vêm do governo federal. É o que mostra um levantamento feito pelo especialista em logística e presidente da consultoria internacional InterB, Claudio Frischtak, divulgado pelo jornal Valor Econômico (17).
Segundo o estudo, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal responderam por 39% dos financiamentos em infraestrutura de 2010 a 2012. Somados os financiamentos de outros bancos públicos, garantidos pelo Tesouro, e de fundos de investimento patrocinados por instituições públicas, chega-se a um total de 65% dos recursos aportados no setor.
Para efeitos de comparação, quando se trata da área de transportes, o investimento do governo chega a 72%.
O deputado federal Vanderlei Macris (PSDB-SP) acredita que a pesquisa é mais uma prova de que a administração petista não investe o suficiente. O estudo salienta que, para se aproximar do padrão observado na América Latina, o país deveria investir de 4% a 6% do seu Produto Interno Bruto (PIB). Porém, nos últimos anos, essa participação do PIB no Brasil ficou em apenas 2%.
“Existem dois pontos a se avaliar quando se trata de infraestrutura no Brasil. O primeiro é que o governo inibe a iniciativa privada, ficando como único indutor de desenvolvimento. É importante sim que ele seja um indutor de desenvolvimento, mas não o único”, coloca.
“O segundo é que a capacidade de investimento do governo está muito aquém do necessário, do ponto de vista de recursos do Tesouro. O Brasil perdeu sua capacidade de investimento, o que leva a um flagrante atraso em comparação a outros países”.
O tucano critica ainda o planejamento apressado e desastrado feito pelo governo federal nas concessões em infraestrutura, que não apresentam atrativos para o investidor.
“Há uma expectativa muito grande na área de transportes, de privatização, mas o governo mostra um soluço muito grande. Não tem capacidade de gerenciar. O problema é que o governo está perdido, não tem um projeto de país, de nação, apenas de poder”, lamenta.
E completa: “Não há controle para a grande gerente propalada para a opinião pública, que está se revelando uma péssima administradora”.
