DO R7
A greve dos professores já atinge 52 das 99 instituições federais de ensino superior do País. De acordo com o Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), 47 das 59 universidades federais e cinco dos 40 institutos tecnológicos mantidos pelo governo federal estão sem aulas.
Nesta segunda-feira (11), os docentes e servidores técnicos do IFPB (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba) decidiram parar as aulas nos cinco campi até a próxima quarta-feira (13).
O movimento grevista foi deflagrado no dia 17 de maio e, desde então, inúmeras manifestações e protestos foram realizados pelos docentes, que pedem aumento no salário inicial e reestruturação da carreira docente, entre outras reivindicações.
Nesta segunda-feira, professores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e da Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) iniciaram uma jornada de protestos que deve continuar na terça-feira (12) com a participação de docentes de outras instituições.
De acordo com Marina Barbosa, presidente do Andes, uma reunião entre representantes dos professores e o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sergio Mendonça, deve ser realizada no final da tarde de terça-feira (12).
— Nós queremos negociar, mas para que isso ocorra efetivamente, o governo federal tem que apresentar propostas concretas sobre as quais possamos discutir e buscar, o mais rapidamente possível, uma solução positiva ao impasse estabelecido.
Entre as principais reivindicações estão a incorporação de gratificações, acréscimo de titulação, melhores condições de trabalho e reestruturação do plano de carreira nos campi criados com o Reuni.
Os professores também pedem aumento do piso salarial dos atuais R$ 557,51 para R$ 2.329,35, valor calculado pelo Dieese como salário mínimo para suprir as necessidades previstas na Constituição Federal.
Servidores
Nesta segunda-feira, também entraram em greve os trabalhadores técnico-administrativos em educação nas universidades federais e os funcionários federais do setor de geografia e estatística.
Na quarta-feira (13), os servidores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União prometem cruzar os braços. Na mesma data, os servidores federais da educação básica, profissional e tecnológica também devem paralisar os trabalhos.
|Segundo a Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal), que reúne 37 sindicatos em todo o País, a greve geral dos servidores federais deve começar em 18 de junho e continuar por tempo indeterminado. A medida foi aprovada na última segunda-feira (4) por mais de 300 representantes sindicais de 20 unidades da federação, reunidos em Brasília. Servidores insatisfeitos marcharam na Esplanada dos Ministérios na terça-feira (5) e foram recebidos em reunião no Ministério do Planejamento, mas segundo os grevistas, não houve avanços nas negociações.