Alberto Goldman
O candidato do PT à prefeitura paulistana, Fernando Haddad, em entrevista recente ao Estadão, começa a mostrar que o seu caráter não difere em nada das já conhecidas figuras de seu partido. Não terá escrúpulos em mentir e distorcer os fatos.
Nessa entrevista, ao ser perguntado se ele vai atacar as privatizações do PSDB, diz que existe uma proposta do governo do Estado para privatizar leitos do SUS para os planos de saúde ( privados ), contra a qual se manifesta. Mentira, distorção dos fatos. Não existe tal proposta. O que existe – e quando governador lutei para que se concretizasse – é o desejo de se garantir a possibilidade, e mais, a obrigação do poder público, de cobrar dos planos de saúde as despesas tidas com pacientes que têm os planos, e pagam por eles, mas são tratados por oganizações públicas, por decisão própria, um direito que todos têm o direito de exercer. Não fazer isso é, aí sim, permitir ao privado uma vantagem indevida. É privatizar o patrimônio público.
Eu próprio tive uma experiência que revela o que digo. Há cerca de 5 anos tive de fazer uma intervenção ortopédica e usei para isso o Hospital das Clínicas ( aliás muito bem preparado e muito bem gerenciado para atender os casos de ortopedia ), leia-se SUS, mesmo tendo um bom plano de saúde privado. Todo o custo dos procedimentos recaiu sobre o HC, vale dizer, sobre o governo do estado – dinheiro do contribuinte paulista – nada onerando o plano de saúde que pago.
E o Haddad entende que cobrar do plano de saúde o que o Hospital público realizou é privatizar o SUS? Dizendo isso, ele está a serviço das instituições privadas. Esse é o Haddad que vamos enfrentar.