Dilma Rousseff foi declarada na madrugada de hoje ré no processo a que responde pela prática reiterada de crimes de responsabilidade que deverão custar-lhe a perda do mandato. Falta apenas mais uma etapa para que ela seja definitivamente afastada da presidência da República e, com isso, o Brasil vire uma página deplorável de sua história.
Os senadores referendaram as provas contidas no relatório apresentado pelo senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) na semana passada. É ampla, manifesta nos votos de sobra (59) favoráveis ao prosseguimento do impeachment, a convicção de que a petista atentou contra a Constituição e contra a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Congresso e sociedade estão irmanados: o percentual de votos pelo impeachment coincide com a proporção de brasileiros que rejeitam a presidente afastada e seu governo nefasto.
Está sobejamente comprovado que Dilma cometeu não apenas um, mas vários crimes de responsabilidade puníveis com perda de mandato. Está fartamente documentado que, sob as gestões petistas, burlar o orçamento, fraudar as contas públicas e ludibriar a população transformou-se em método de gestão.
Quem é a responsável direta por isso? A presidente da República. Quem é a beneficiária imediata das pedaladas e das maquiagens orçamentárias? A então candidata à reeleição. Quem é o destinatário dos bilhões roubados do patrimônio dos brasileiros pela corrupção? O partido da presidente.
Claro está que os crimes que Dilma e seu partido, o PT, cometeram no exercício do poder representam um atentado à democracia, a usurpação da vontade do povo.
Mas a presidente petista – também a primeira a ter contas rejeitadas pelo TCU desde Getúlio Vargas – não está prestes a cair tão somente pelas muitas razões jurídicas que justificam retirar-lhe o mandato e torná-la inelegível por oito anos.
O impeachment de Dilma não se deve a tecnicalidades, filigranas legais, questiúnculas contábeis ou pecadilhos que, como quer a presidente afastada e seus defensores, “todo mundo comete”. Há todo o conjunto de uma obra de sua inteira lavra que carregou o Brasil para sua mais grave crise econômica, política, social e moral.
As dificuldades decorrentes da gastança, da irresponsabilidade com o dinheiro público, da corrupção desenfreada do aparato estatal se farão sentir pelos brasileiros ainda por um longo período da vida nacional.
Os crimes que Dilma cometeu estão na raiz da vida mais difícil que a população está levando, com dinheiro mais curto, menos comida na mesa, recessão econômica, insegurança, carestia e desemprego.
Logo logo, o país deverá reencontrar o caminho da responsabilidade no trato público, do respeito ao interesse coletivo, do equilíbrio e da eficiência na gestão. Com mais alguns dias, estaremos livres de Dilma Rousseff, do PT e do mal que o grupo político que levou o Brasil a este estado lastimável representa. Em breve, a ré será ex-presidente.