O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), criticou a interferência política no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, provocando o pedido de demissão de Herton Araújo, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea. A gestão petista segurou a divulgação regular dos dados da pesquisa referente ao número de miseráveis no Brasil. “Mais um péssimo exemplo da interferência nociva num órgão de elevado conceito no país”, escreveu o tucano em seu perfil no Facebook.
A tradicional avaliação dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2013 mostraria se o número de pobres e miseráveis subiu ou diminuiu no ano. Herton colocou seu cargo à disposição por discordar da definição da cúpula do instituto de segurar a divulgação dos números. A erradicação da pobreza é uma das principais promessas de Dilma.
Como lembrou reportagem da Agência Estado, a crise interna no Ipea vem à tona após diversos ruídos de comunicação envolvendo a área social do governo Dilma Rousseff. “O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma versão com erros da Pnad e somente corrigiu os dados 24 horas após o anúncio original. O constrangimento decorrente do erro quase rendeu a demissão da presidente do IBGE, Wasmália Bivar. O próprio Ipea foi envolvido em episódio semelhante, no primeiro semestre, quando divulgou uma pesquisa com erros”, diz trecho da reportagem.
De acordo com a “Folha de S.Paulo”, usando a mesma base de dados, pesquisadores independentes chegaram à conclusão que a miséria parou de cair em 2013. O estudo produzido pelo Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), uma organização sem fins lucrativos que reúne alguns dos principais estudiosos da pobreza no país, aponta um pequeno aumento no número de brasileiros indigentes no ano passado.