O governador João Doria condenou hoje, durante coletiva para anunciar ações para o enfrentamento do coronavírus em São Paulo, a iniciativa do Presidente da República, Jair Bolsonaro, de tentar interferir na atuação da Polícia Federal. “Interferir é crime”, afirmou.
“A Polícia Federal deve ser respeitada e é nacional. Não é pessoal nem familiar. Transmito aqui a minha solidariedade a todos os integrantes da PF que ajudaram a ganhar a respeitabilidade da opinião pública brasileira ao longo da Operação Lava Jato com a colaboração do do juiz Sérgio Moro”, disse.
“O Brasil rejeitou a república dos companheiros. O mesmo Brasil rejeita a república dos amigos. Não devemos ser condescendentes nem com os companheiros nem com os amigos nessas circunstâncias. Entendo também que o Presidente da República do Brasil deve interagir com o povo e não com o chefe da PF. Deve interagir com a proteção à vida de milhões de brasileiros”, afirmou.
O presidente foi denunciado na semana passada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de seu governo, Sérgio Moro, que afirmou deixar o cargo para não compactuar com as sucessivas tentativas de Bolsonaro de interferir na Polícia Federal. A PF tem dois inquéritos abertos envolvendo os filhos de Bolsonaro.
Solidariedade
Doria e o prefeito da capital, Bruno Covas, transmitiram mensagens de solidariedade às famílias que perderam parentes devido à pandemia da COVID-19 sem sequer a possibilidade de se despedir. “Nossa solidariedade, esperando que com o esforço que estamos fazendo aqui em SP, que outros governadores e prefeitos estão fazendo também, possamos ajudar a evitar situações como estas”, disse.
São Paulo já teve 4.057 óbitos ocasionados pela doença. Na capital, no sábado, as mortes por coronavírus chegaram a 1.000, o que fez o prefeito Bruno Covas decretar luto oficial de três dias em homenagem aos mortos e seus familiares.