Nosso País vive hoje à beira de uma crise sem precedentes, com a previsão de fechamento de 2,5 milhões de empregos com carteira assinada neste ano, sem dinheiro para manter hospitais e postos de saúde públicos e com uma inflação que, para a população mais carente, já ultrapassou os 11%.
Por que isso aconteceu? Uma das principais causas dessa situação foi a irresponsabilidade fiscal dos governos petistas. Uma dona de casa pode entender claramente o que isso significa, pois ela tem de lidar com o orçamento doméstico e sabe que, se gastar mais do que recebe, uma hora vai ter de entrar no cheque especial, depois vai ter de buscar um empréstimo e, finalmente, ver-se obrigada a vender o que possui para evitar uma situação ainda pior.
Foi exatamente isso que aconteceu no Brasil. O governo gastou mais do que podia e agora chegou a hora de pagar a conta. Aí temos a inflação, o desemprego, a falta de recursos para manter os serviços públicos, o retrocesso.
Jundiaí, durante as últimas décadas, fez exatamente o oposto. Cuidamos das contas públicas com o mesmo zelo de uma dona de casa responsável, sem gastar o que não podíamos, de tal maneira que nossa cidade cumpria as normas da Lei de Responsabilidade Fiscal antes mesmo da sua entrada em vigor.
Foi exatamente por não se deixar levar por propostas populistas, evitando gastar o que não podíamos, simples assim, que nossa cidade deu um salto em seu desenvolvimento, de forma contínua, ao longo de décadas, de forma sustentada. Aqui, por um largo período de tempo, a cidade só avançava.
As consequências desse compromisso estão à vista de todos. Na crise de água, tínhamos estocado o suficiente para atravessar sem problemas esse período. No saneamento básico, conseguimos nos tornar um modelo no Hemisfério Sul, sendo que a previsão nacional é que somente em 2053 o Brasil terá atingido igual condição. O aumento de renda foi constante por um longo período, fazendo com que a mobilidade social da nossa cidade superasse a da maioria dos municípios.
É claro que somos uma cidade brasileira e não podemos resolver localmente os problemas que afetam a Nação como um todo. Mas podemos dar o nosso exemplo para o País.
Caso a administração federal, em vez de dar pedaladas, que resultaram no rombo das contas públicas, obedecesse à regra simples de não gastar mais do que pode, como fizemos aqui, estaríamos agora longe do retrocesso e avançando rumo a um futuro melhor. Não se pode tirar quase nada de bom de uma crise como a que atravessamos, a não ser aprender essa lição.
Miguel Haddad é deputado federal e vice-presidente do Diretório Estadual do PSDB