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Juventude protocola “carta aberta” no diretório estadual do PSDB

A Juventude do PSDB-SP elaborou o documento em encontro no último sábado, 10

A JPSDB-SP protocolou na noite desta terça-feira, 13 de novembro, a carta ‘Vamos em frente’, na sede do diretório estadual do partido.

“Todas as manifestações são bem-vindas por parte do PSDB. Eu levarei a carta da Juventude à Executiva Estadual na próxima reunião”, disse o presidente da sigla, deputado Pedro Tobias.

Confira o documento:

Carta aberta: “Vamos em frente!”

A Democracia é, dentre os regimes políticos, o que permite a participação decisória da maioria. Por 480 anos, buscou-se sua instalação no Brasil, cristalizada em três acontecimentos: o movimento das “Diretas, Já!”, em 1984; a eleição de Tancredo Neves para a Presidência da República, em 1985; e a promulgação da Constituição, em 1988.

Nesses eventos a participação de algumas pessoas foi fundamental. Mesmas figuras que fundaram o Partido da Social Democracia Brasileira – o PSDB.

Partidos políticos têm grande importância na lógica da Democracia (não fosse isso e as candidaturas a cargos eletivos se dariam individualmente). Pessoas com pensamento semelhante, isto é – com uma ideologia – se reúnem em agremiações, que têm a missão de elaborar um programa, com caráter permanente, onde explicita seus princípios e valores. Além da doutrina, a principal missão dos partidos é a de construir soluções que melhorem a vida das pessoas, sistematizadas em programas de governo, que são momentâneos e adaptados aos lugares que se pretende administrar – cidades, estados e um País.

As eleições são a vitrine dos planos de governo dos diferentes partidos – por meio delas, a sociedade os compara e escolhe o que melhor lhe convier (viver em torno de eleição, como se ela fosse um objetivo e não um mecanismo, é um fator que prejudica muito a política). Quem ganha, aplica seu plano de governo; quem perde, fiscaliza a aplicação.

Ainda nessa linha de raciocínio, os partidos políticos são organizados em diferentes instâncias de poder (diretórios e coordenações executivas). Além das responsabilidades burocráticas, eles são essenciais para o cumprimento das funções descritas acima, valorizando a figura central do processo: o militante.

O PSDB nasceu com base nessa lógica e contestando uma velha prática (o que as três primeiras páginas do programa de 1988 evidenciam): disputa de poder pelo poder, plano de governo tirado da cartola, pragmatismo, campanhas eleitorais frágeis e vazias. 24 anos depois e governos ocupados, cabe uma reflexão: estamos fazendo o que condenávamos?

Como se vê, não é uma afirmação, mas um convite à reflexão. Qual a nosso projeto claro ao Brasil? Demos nossa contribuição, capitaneados por Fernando Henrique; e sendo ele um dos grandes vanguardistas dos quadros partidários, temos a certeza de que concordaria com a afirmação: “Para frente é que se anda!”. Afinal, em vários tópicos do nosso programa, enfatizam-se os termos: simples, claro, objetivo e moderno.

Nesse sentido, na linha da tão falada “renovação”, o Conselho Político do Secretariado de Juventude do PSDB do Estado de São Paulo se reuniu e colocou o tema em pauta. Dessa discussão, ocorrida no último dia 10 no plenário José Bonifácio da Assembleia Legislativa, saíram avaliações e propostas de militantes dos quatro cantos da terra paulista, que sintetizamos em três pontos fundamentais:

Precisamos de um congresso que revise o programa partidário e estabeleça uma agenda simples, clara, objetiva e moderna ao Brasil. O programa (já citado nessa carta) é muito bem elaborado, mas alguns pontos precisam ser revistos e aprofundados. Defendemos o fim da inflação sendo que já a combatemos. Além disso, precisamos buscar respostas às questões: no campo das reformas (agrária, urbana, política, tributária, legislativa), como seriam as medidas dos nossos sonhos? E nas demandas básicas de saúde, educação, infraestrutura? Quais as nossas posições? Esses pontos precisam ser definidos em grande consulta às bases partidárias e, assim que aprovados, levados a conhecimento da sociedade (uma valiosa atitude para que isto se cumpra é o aumento da participação nos movimentos sociais). Nesse processo, a participação do Instituto Teotônio Vilela (que muito nos orgulha – e que é indispensável para a vida partidária) é muito importante. Que país queremos?

Precisamos de uma profunda revolução em nossa comunicação – interna e externa. Definidos os pontos que nos nortearão, precisamos criar uma linguagem que facilite o diálogo com a sociedade. Na contramão da regra, fizemos muito e falamos pouco. Nossos vereadores, prefeitos, deputados, senadores e governadores, juntamente com a militância, devem estar alinhados em um só discurso. Por isso, repensar a comunicação do partido (visual e intelectual), adaptando-a ao século XXI, fará com que o cumprimento da nossa missão seja atingido com mais capacidade.

Precisamos aperfeiçoar a democracia interna. Mais uma vez o programa partidário:

“Hoje, para sustentar politicamente medidas que assegurem a retomada do desenvolvimento, para dar início às reformas inadiáveis e prosseguir a construção da democracia, é preciso mais do que uma mera legenda eleitoral que abrigue forças heterogêneas. Por isto, tornou-se imperativo reunir brasileiros que se comprometam com um ideário simples e claro de reformas e que aceitem conscientemente participar de um partido, no qual a fidelidade aos princípios programáticos, a começar pela democracia interna, dê ao eleitor a garantia de que seu voto não será traído.”

Na medida em que revemos as ideias e as comunicações, precisamos avaliar a estrutura do partido. Ela condiz com nossas expectativas? Precisamos de modelos que permitam a prevalência da democracia interna como forma de proporcionar mais participação. Uma estrutura arcaica dá margem a atitudes autoritárias e à substituição da boa política, que idealizamos, pela politicagem.

Cumpridos os três pontos, estaremos realinhados ao que motivou nossa fundação e reanimados para seguir transformando para melhor a vida das pessoas, além de contribuir com o grande projeto dos tucanos de todas as partes do País: retornar ao Palácio do Planalto para dar continuidade às reformas ansiadas pelo povo Brasileiro.

Parafraseando Mario Covas em seu discurso de posse como Governador, na mesma Assembleia Legislativa: “São Paulo tem plena convicção de que o Estado e o País são uma única alma, um único corpo, e não há dor ou aflição que ferindo um não afete o outro. Portanto, se o Brasil é ameaçado, São Paulo reage, recusando a irresponsabilidade como bússola e o quixotismo como estandarte. Igualmente, é preciso não confundir discordância com ultimato. Nem lealdade com subserviência”.

Devemos buscar em nossos líderes, que tanto contribuíram ao partido e ao País, inspiração, incentivo e auxílio ao que nos propomos. Excluí-los deste processo de retomada seria um grande equívoco. A renovação só virá através da participação de todos e da mudança de atitudes, culminando na formação de novas lideranças tucanas.

Enquanto juventude, buscamos incessantemente contribuir com o partido, na medida em que trabalhamos pela simplicidade, objetividade, clareza e modernidade. Enquanto juventude paulista, buscamos nos inspirar em Mario Covas, não nos furtando de nossa responsabilidade com o Brasil. Por isso apresentamos essa carta para consideração dos companheiros e dirigentes partidários.

Na esperança de ver nossas demandas contempladas e atendidas, nos colocamos inteiramente à disposição para ajudar na realização dos pleitos, porque temos crença em um grande futuro para o povo brasileiro construído pelos esforços embasados nos ideais do PSDB.

Vamos em frente!

Conselho político do Secretariado de Juventude do PSDB-SP
São Paulo, 13 de novembro de 2012

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