Início Saiu na imprensa Leitura de relatório de Barbosa encerra 1º dia do julgamento do mensalão

Leitura de relatório de Barbosa encerra 1º dia do julgamento do mensalão

O primeiro dia de julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal) foi encerrado com a leitura do relatório do ministro Joaquim Barbosa.

Em quase uma hora, ele fez uma leitura técnica de seu relatório, com os principais pontos da denúncia e as alegações dos acusados. Ele citou nominalmente todos os 38 réus, lembrando os crimes imputados a cada um deles. Com problemas no quadril, a fala foi feita em pé.

O Ministério Público Federal denunciou 24 por formação de quadrilha, 10 por corrupção ativa, 13 por crime de corrupção passiva, 35 são acusados de lavagem de dinheiro e quatro respondem por gestão fraudulenta.

Ele lembrou que nessa ação são avaliados desvio de recursos da Câmara e do Banco do Brasil para irrigar o esquema de corrupção arquitetado pelo publicitário Marcos Valério, operador do mensalão, e que envolveu o PT e outros partidos da base aliada do governo Lula (2003-2010).

O relator citou a denúncia do Ministério Público Federal sustentando que os réus fazem parte de uma organização criminosa sofisticada, “dividida em setores de atuação, que se estruturou profissionalmente para a prática de crimes como peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, gestão fraudulenta, além das mais diversas formas de fraude”.

Para o MPF, o esquema era “garantir a continuidade do projeto de poder do Partido dos Trabalhadores, mediante a compra de suporte político de outros partidos políticos e do financiamento futuro e pretérito (pagamento de dívidas) das suas próprias campanhas eleitorais”.

Com a discussão, a primeira sessão do mensalão acabou com atraso no calendário deixando a acusação do Ministério Público Federal para amanhã. O atraso beneficia a defesa que prefere estender o julgamento até meados de setembro após a aposentadoria do ministra Cezar Peluso, prevista para o início do próximo mês.

BATE-BOCA

O primeiro dia de julgamento do mensalão no STF expôs um racha entre o relator do caso, Joaquim Barbosa, e o revisor, Ricardo Lewandowski, ao definir que todos os réus serão julgados na Corte e favoreceu a estratégia da defesa de adiar a análise da denúncia.

Barbosa e Lewandowski divergiram sobre o pedido da defesa para o desmembramento do processo levando os réus sem foro para primeira instância, o que foi rejeitado. O embate foi interpretado pelos ministros como sinal de que outros enfrentamentos devem surgir ao longo da análise da denúncia de que políticos e partidos aliados ao ex-presidente Lula receberam dinheiro em troca de apoio no Congresso Nacional.

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