Para o Líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), é imprescindível uma apuração profunda e rigorosa sobre a origem dos US$ 16 milhões trazidos de Angola para o Brasil por meio de duas empresas do marqueteiro do PT, João Santana, conforme noticiado hoje pela Folha de S. Paulo.
De acordo com o jornal, a Polícia Federal abriu inquérito para apurar suspeitas de lavagem de dinheiro nas operações realizadas em 2012. Uma das hipóteses investigadas é que os recursos de Angola tenham sido pagos ao marqueteiro por empreiteiras brasileiras que atuam no país africano, uma forma indireta de o PT quitar sua dívida com Santana.
Segundo Sampaio, chama a atenção a existência de elementos comuns nas apurações abertas contra o ex-presidente Lula, por tráfico internacional de influência investigado pelo Ministério Público Federal, e contra o marqueteiro do PT, além da semelhança entre o modus operandi utilizado no Mensalão e no Petrolão com a operação utilizada por Santana. Além disso, segundo Sampaio, é preciso saber se se tratam de recursos estrangeiros utilizados em benefício do PT, prática proibida pela legislação brasileira.
“O Mensalão e o Petrolão foram arquitetados para desviar dinheiro público e financiar o projeto do PT para se manter no poder. Sendo o marqueteiro João Santana uma peça importante nessa obsessão petista do poder pelo poder, é provável, como desconfia a Polícia Federal, que os recursos trazidos para o Brasil de Angola, tenham como origem empresas brasileiras que prestam serviço no país africano. Além disso, é preciso averiguar se o PT se beneficiou de recursos estrangeiros, o que é proibido pela legislação brasileira. Tudo isso precisa ser investigado com toda profundidade”, afirmou Sampaio, que integrou a CPI dos Correios e participa da CPI da Petrobras.
O Líder do PSDB ressalta que Angola foi um dos países visitados por Lula em seu périplo pela América Latina e África financiado por empreiteiras brasileiras. Sampaio observa também que contratos de financiamento entre o BNDES e o governo de Angola foram decretados sigilosos pelo governo brasileiro.
De 2006 a 2012, o BNDES desembolsou mais de US$ 5,2 bilhões para obras em Angola, segundo reportagens da época. “As experiências do Mensalão e do Petrolão nos levam a crer que não existe coincidência nas situações que envolvem o PT. Eles não dão ponto sem nó. Transformaram o Estado num braço do partido e essa lógica se reproduz nas ações e operações do governo. Chegamos a um ponto em que tudo o que o PT faz é suspeito”, afirma Sampaio.