O líder do PSDB na Câmara, deputado federal Carlos Sampaio (SP), pediu nesta quarta-feira (27) à Procuradoria Geral da República (PGR) e à Comissão de Ética Pública da Presidência da República que investigue o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Na representação, Sampaio aponta a existência de improbidade administrativa e prevaricação no caso da denúncia de suposto cartel nas obras do metrô de São Paulo.
“Na medida em que o ministro recebe um companheiro do PT, na sua residência em São Paulo, com uma denúncia anônima, na qual o suposto denunciante pede um cargo para celebrar o acordo, evidentemente esse documento não merece qualquer qualificação”, criticou. “O ministro jamais, ainda mais oficiosamente, poderia endereçar o pedido a um delegado federal solicitando que instaurasse um inquérito policial”, acrescentou Sampaio.
Na semana passada, o Ministério da Justiça informou ter encaminhado à Polícia Federal denúncias recebidas do deputado estadual licenciado Simão Pedro (PT), sobre o suposto pagamento de propina em licitações para a compra de equipamentos para o metrô paulista.
Ontem, o PSDB desmantelou a trama montada pelo PT, que adulterou um documento usado na investigação. O documento original, em inglês, não tem qualquer citação ao PSDB, que só aparece na versão traduzida para o português.
Na opinião do líder, Cardozo teria usado o cargo de ministro para determinar “investigações seletivas” a fim de “perseguir adversários políticos”. Além disso, o petista deixou de tomar providências necessárias para “investigar os ilícitos cometidos” pelo presidente Conselho de Administração e Defesa Econômica (Cade), Vinícius Carvalho, como indícios de uso político-partidário do órgão.
No Senado, Carvalho omitiu do seu currículo o fato de ter trabalhado para Simão Pedro e sua filiação ao Partido dos Trabalhadores.
O deputado defende o afastamento de Cardozo do inquérito aberto pela Polícia Federal. “É necessário o afastamento imediato do ministro das investigações tanto do Cade, como do episódio da empresa Siemens. Porque ele demonstrou que não tem isenção e não tem pudor, na medida em que usa o seu cargo para investigar e perseguir partido político adversário”, reprovou o líder.
Representação na Comissão de Ética Pública – Assinado juntamente com o líder tucano no Senado, Aloysio Nunes (SP), o documento pede a abertura de investigação contra o ministro Cardozo e a aplicação de sanções, entre elas, a recomendação de sua demissão. Baseia-se no fato de o ministro não ter cumprido sua obrigação legal de investigar o suposto uso político do Cade, vinculado ao seu ministério e presidido por um militante petista.
