Lideranças do PSDB apoiam a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de expedir mandados de prisão para os réus do mensalão.
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso rechaçaram o tom de comemoração das prisões e a interpretação que a iniciativa foi política.
“A liberdade é que se permite a justiça. Hoje vejo que a justiça começa a ser feita. Aqueles que foram alcançados por ela, tentam transformar a justiça em instrumento da sua própria história em nome de uma revolução que não fizeram”, afirmou o ex-presidente, referindo-se ao fato de alguns dos réus do mensalão alegarem que são presos políticos.
Para FHC, é fundamental impedir a interpretação política da decisão da Suprema Corte. “Temos de dar um basta nisso. A palavra nossa tem de ser uma palavra serena, mas firme”, ressaltou.
Aécio Neves reiterou que não há comemoração no PSDB pelas prisões. “Nenhum de nós, e acho que posso falar por todos os companheiros que estão aqui, comemora prisões, comemora o sofrimento de quem quer que seja, por mais radical adversário que possa ter sido ou que seja do nosso campo político”, disse. “Não foi um julgamento político. Repito, o que serve para esse caso deve servir para todos os outros.”
O tucano lamentou a interpretação do ex-ministro José Dirceu que a iniciativa do STF foi política. “O que lamento, e me permitam uma palavra final como presidente do PSDB, é que o presidente nacional do PT tenha confundido uma decisão da Suprema Corte brasileira com uma ação política, querendo criar um clima no Brasil absolutamente distante daquele que era o natural.”
Segundo o senador, a decisão do STF atende aos desejos da sociedade brasileira. “Vai ao encontro de uma grande expectativa da sociedade brasileira, que era a punição não de A ou B, escolhido politicamente, mas daqueles sobre os quais recaíam provas contundentes, na avaliação da suprema corte brasileira”, prosseguiu.
Para Aécio, as prisões encerram o sentimento de impunidade que muitos tinham no país. “O que nos preocupava porque de alguma maneira ampliava o sentimento de impunidade no país era o não desfecho, o adiamento permanente das decisões. Como essas decisões foram tomadas pela Suprema Corte, felizmente no Brasil, as instituições democráticas, todas elas, são absolutamente sólidas.”
O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Netto (PSDB), criticou o uso político, por parte de alguns réus do mensalão. “Essa mesma lógica é que levou o Brasil a considerar exilado político o italiano Cesare Battisti”, concluiu.
