O Congresso da Juventude da Social Democracia, que teve início na sexta-feira (16), foi marcado pela troca de experiências e por manifestações da união entre os militantes do PSDB de diferentes estados. O evento terminou neste sábado (17), no Parque de Exposições Agropecuárias de Goiânia. Mais de mil jovens, de todas as regiões do Brasil, participaram do evento.
Políticos de expressão nacional, como o senador Aécio Neves (MG) e o ex-governador José Serra (SP), se uniram aos jovens para a arena de debates montada no evento. Nela, os convidados apresentaram seus pontos de vista e também integraram uma roda de conversas, na qual respondiam a perguntas elaboradas pelos próprios militantes.
“A participação dos jovens dá uma energia grande ao partido. Não existe PSDB sem a manifestação livre, espontânea e direta da nossa juventude”, afirmou o presidente do partido, deputado federal Sérgio Guerra (PE), que esteve entre os líderes que conversaram com a juventude no encontro.
O presidente da Juventude do PSDB, Marcello Richa, declarou que o partido espera ver nos jovens uma “expressiva representação popular”. Para ele, cabe à legenda a preparação de sua juventude para que mais e mais filiados jovens do PSDB estejam apto para a disputa das eleições.
Já o governador de Goiás, Marconi Perillo, convocou os jovens a lembrarem do histórico das realizações do partido. Ele destacou que o PSDB empreendeu transformações que modificaram a vida dos brasileiros, e que é necessário aos jovens tucanos o resgate dessas conquistas.
Posições
Uma das principais metas do evento era a apresentação clara das posições do PSDB para o país. A participação de Aécio Neves e José Serra, nesse sentido, corresponderam às expectativas.
O senador mineiro declarou que é favorável à realização de prévias para a escolha de candidaturas majoritárias em situações nas quais há mais de um nome à disposição do partido. “Eu defendo que se houver mais de uma candidatura é natural que o partido consulte as suas bases”, disse.
Neves acrescentou também que é na união que está a principal força do PSDB: “não existe o PSDB do Serra contra o PSDB do Aécio. Existe o PSDB do Serra, mais o PSDB do Aécio, mais o PSDB do Marconi, mais o PSDB do Sérgio Guerra, todos juntos pelo Brasil”.
Já Serra apontou que não é favorável ao financiamento público exclusivo de campanhas eleitorais – bandeira defendida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Isso serve apenas para fortalecer cartórios eleitorais. Quem tem mais deputados terá mais dinheiro, e assim se fechará um ciclo. Não resolve a corrupção e inibe a atuação da sociedade”, afirmou.
O ex-governador também enfatizou a necessidade de união do partido. Ele apontou que cabe aos líderes reforçarem o compromisso com o Brasil e destacou que a juventude do PSDB acertou ao promover um congresso nos moldes deste de Goiânia.
Do exterior
Parte do primeiro dia do Congresso foi dedicado a ouvir as experiências de militantes políticos de outros países
O venezuelano Juan Carlos Martínez, que integra a oposição a Hugo Chávez, afirmou que a participação dos jovens se faz fundamental principalmente em momentos nos quais a população se mostra distante da política. “Meu país vive um cenário ditatorial principalmente porque seu atual governante tomou o poder quando os venezuelanos estavam desesperançosos. Para reverter, para conseguirmos transformações, precisamos de união”, disse.
Já o consultor Collin Jergens, que integrou a campanha de Barack Obama à presidência do EUA, destacou a importância das redes sociais precisa ser incorporada ao fazer política no Brasil. “Criamos para Obama uma campanha em que, por causa da internet, fazíamos com que o eleitor sentisse que o candidato estava realmente próximo a ele. É um modelo que precisa ser replicado”, afirmou.
Duarte Marques, deputado português, lembrou que a crise vivida por seu país e outras nações europeias tem nas deficiências políticas sua principal causa: “houve pessoas que governaram o país, não souberam administrar e não perceberam que toda a conta dos desmandos seria cobrada depois”, disse.