Passei três semanas de julho na Europa, entre o trabalho (pouco) e o descanso (a que reluto a me entregar). Ainda agora escrevo da Sardenha. Caminhando pelos pequenos portos da ilha, assim como pelos da Córsega, sentindo a placidez que ainda hoje envolve a vida dessa gente, não pude evitar a nostalgia pelo nunca vivido por nós metropolitanos. Nostalgia e inveja, mesmo sabendo, pela leitura apaixonante de Fernand Braudel, cujo livro sobre o Mediterrâneo carrego comigo, que a placidez atual mal esconde as agitações do passado, quando sarracenos, fenícios, normandos, gregos, romanos e toda gama de diferentes povos lutava pela conquista do Mare Nostrum. As marcas de tudo isso estão esculpidas nos fortes, torres e casamatas que se espalham pela região, quando não pelas correntes que fechavam literalmente a entrada do Porto de Bonifácio, uma fortificação erguida pelo papa Bonifácio II, incumbido da defesa da Córsega, no final do século 9.º. Leia AQUI.