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Lula, Jobim e um desabafo

Alberto Goldman

A revista “Veja” publicou e o Estadão tomou a declaração do ministro do STF Gilmar Mendes confirmando que o ex-presidente Lula se encontrou com  ele no escritório do seu ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim,  argumentando ( ou pressionando )  para o adiamento do julgamento do mensalão.

O adiamento do julgamento seria do interesse de Lula pois em 2013 os ministros do STF Ayres Britto e Cezar Peluso, que estariam propensos à condenação dos indiciados, já estariam aposentados.  Uma conversa inaceitável que caracterizaria uma tentativa de Lula de interferir na decisão do Tribunal.

Quem conhece o ex presidente e a sua obsessão em negar a existência do crime cometido, como tem reiteradamente dito, não pode se surpreender com sua atitude.  É uma mancha terrível em sua biografia que o ex presidente tenta limpar, utilizando-se de quaisquer meios, ainda que contrariando todos os fatos já conhecidos.

O que me surpreende é a declaração de Nelson Jobim, de que no encontro não se falou nada disso, contrariando a notícia não só da revista e do jornal mas também a declaração do próprio Gilmar Mendes. Jobim diz que “o Lula fez uma visita para mim, o Gilmar estava lá, não houve conversa sobre o mensalão”.  Ora, então o Lula foi visitar seu ex ministro e, por coincidência o ministro do STF estava lá.  Por coincidência?  Gilmar Mendes foi lá tomar um cafézinho, trocar figurinhas sobre futebol, quem sabe? E justo naquela hora… dá de cara com o Lula… Ora, pois, vá contar lorotas em outra freguezia!

Jobim era um dos últimos baluartes que eu considerava acima de qualquer suspeita.  Fomos companheiros de bancada federal, no PMDB, ele foi meu candidato à lider de bancada, fui um dos sub relatores da mal sucedida tentativa de revisão constitucional em 1994 na qual Jobim era o relator geral.  É meu amigo pessoal.  Sempre o julguei, além de capaz e dedicado, um homem da maior dignidade.  E agora, o que sobra?

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2 COMENTÁRIOS

  1. tudo que se comenta esta sendo provado e tudo isto e a cara da guadrilha e o jeitão do PT.

  2. Senhores mais uma vez notei que está ficando dificil acreditar nos tres poderes, legislativo judiciario e executivo.
    Fernando Collor de Melo ex-presidente da futura Nação Brasileira foi julgado pela democracia Brasileira em um impitimam.
    Após algum tempo voltou ao senado pela mesma democracia elegida por voto social “população de determinada área que votou nele”
    Venho até voçês com uma pergunta, será então que o mensalão foi orquestrado por um conluio de mafiosos que se agregam , ao poder legislativo judiciario executivo?…………….
    Att:
    Vanderlei Pereira de Jesus
    ATIVISTA POLITICO

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