Reportagem da revista Veja publicada no sábado, 15, revela que o empresário Marcos Valério, apontado como o operador do mensalão do PT, tem dito em conversas “com pessoas próximas” que o ex-presidente Lula era o “chefe” da quadrilha responsável por um dos maiores esquemas de corrupção do país.
Com o resultado do julgamento da última quinta-feira – o STF condenou por lavagem de dinheiro oito dos dez réus acusados do crime –, Valério e seus ex-sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach já somam condenações suficientes para receber pena de, pelo menos, 13 anos, em regime fechado. Valério estaria desolado com as condenações e a prisão. O abandono que sofreu por parte do PT seria o motivo das declarações.
Valério disse ainda que o partido desviou R$ 350 milhões para o esquema – quase o triplo do valor investigado pela procuradoria-geral da República. De acordo com a revista, Valério disse a pessoas próximas que Lula só não foi para o banco dos réus porque houve um silêncio por parte dele e dos petistas José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil, e Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido.
“Não podem condenar apenas os mequetrefes. Só não sobrou para o Lula porque eu, o Delúbio e o Zé [Dirceu] não falamos”. E concluiu: “Lula era o chefe”.
A PGR afirma na denúncia que o mensalão foi alimentado por desvio de R$ 136 milhões. “O caixa era muito maior. O caixa do PT foi de R$ 350 milhões”, teria dito Valério.
Lula não se pronunciou sobre a reportagem. Mas já mandou “recado” por meio do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT). Ele afirmou ontem que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nunca esteve com Marcos Valério.
O julgamento será retomado hoje sob o impacto das revelações atribuídas a Marcos Valério. O item seis começa a ser julgado hoje e tem entre os 23 réus o trio de caciques petistas Delúbio Soares, José Genoino e José Dirceu. Este último era considerado o braço direito de Lula à época da eclosão do maior escândalo político já visto no Brasil.
Com informações do PSDB Nacional