Início Bancada Macris considera insuficientes explicações de ministro sobre monitoramento no porto de Suape

Macris considera insuficientes explicações de ministro sobre monitoramento no porto de Suape

Vanderlei Macris, deputado federal (PSDB-SP)

O deputado Vanderlei Macris (SP) esteve nesta quinta-feira (11) com os deputados Edinho Bez (PMDB-SC) e Vanderlei Siraque (PT-SP) no Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), para obter esclarecimentos sobre possível monitoramento ilegal de portuários e sindicatos contrários à Medida Provisória 595, conhecida como MP dos Portos. O parlamentar considerou as explicações do ministro-chefe do GSI, José Elito, pouco convincentes e deixou com o titular da pasta diversos pedidos de informação.

Documento sigiloso obtido pelo jornal “O Estado de São Paulo” confirma que o GSI mobilizou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para vigiar os passos dos portuários de Suape, em Pernambuco. José Elito negou a realização de qualquer tipo de espionagem.
“O ministro disse que o monitoramento é feito, mas que não houve alteração específica no porto de Suape. Monitorar é função do GSI e ele disse que isso é feito de forma permanente. De fato, não acreditávamos que eles fossem dizer qualquer coisa confirmando que está havendo espionagem por parte da Abin”, apontou Macris.
Macris afirma que a possível espionagem é motivada por razões políticas. “Isso porque o governador daquele estado tem pretensões quanto a ser presidente. Estamos atentos a isso. Não queremos pré-julgar, mas não podemos descartar a possibilidade de que há um monitoramento específico de olho no debate político”, declarou.
O parlamentar afirma que deixou com o ministro uma série de pedidos de informação e aguarda a resposta formal. Os questionamentos tratam sobre a possibilidade de intervenção, se é apenas a Abin que realiza o monitoramento ou se houve participação da Polícia Federal e das Forças Armadas, quais equipamentos foram utilizados, e se houve quebra de sigilos.
Matéria publicada pelo jornal “O Estado de S.Paulo” no dia 4 de abril destaca que a Abin vigia os passos dos portuários em Pernambuco. José Elito, após reunião com a presidente Dilma Rousseff, divulgou nota dizendo ser “mentirosa a afirmação de que o GSI/Abin tenha montado qualquer operação para monitorar o movimento sindical no Porto de Suape ou em qualquer outra instituição do país”.
Ofício obtido pelo “Estadão” desmente as afirmações de José Eleito. A ordem contida no documento é clara sobre o monitoramento de sindicatos que atuam em portos. De acordo com a publicação, os objetivos da ação da Abin, em 15 estados litorâneos, são “informar a disposição dos portuários em promover greve e apontar eventual apoio de outras categorias”. O alvo central seriam os sindicalistas ligados à Força Sindical. A central se uniu às críticas do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), à MP dos Portos.
A reunião dos deputados com o ministro só foi possível depois que Vanderlei Macris apresentou requerimento de convite a José Elito. Os parlamentares da base entraram em acordo com o tucano para que a reunião ocorresse no gabinete do ministro.
Artigo anteriorSampaio é designado sub-relator de proposta para regulamentar PEC das domésticas
Próximo artigoTudo de tudo, por Eliane Cantanhêde