O deputado federal Vanderlei Macris (SP) é um dos maiores defensores da adoção do voto aberto. O tucano é relator da PEC 196/12, que prevê o fim do voto secreto em processos de cassação de mandatos de parlamentares. Para ele, a democracia brasileira ganha mais transparência com a aprovação da proposta pelo Congresso.
“A transparência começa com o representante mostrando cada ato para o representado. O eleitor tem direito de saber o que faz o parlamentar em cada momento da vida pública, especialmente nos seus votos”, ressaltou. O tucano é membro da Frente Parlamentar em Defesa do Voto Aberto.
Segundo ele, a clareza é uma demanda da sociedade. “Vimos nos movimentos sociais de junho que uma das demandas mais importantes era a transparência. Como é que vamos conviver com a votação secreta na cassação de mandato de parlamentar condenado e preso por atos de corrupção e sendo liberados pelo plenário? É inadmissível”, enfatizou. “É incompreensível você imaginar um deputado votando e escondendo do eleitor a sua real posição”, completou.
O tucano apresentou relatório favorável à apreciação imediata da proposta. “O parlamentar precisa prestar contas para o eleitor de tudo o que ele faz. Eu espero que possamos rapidamente ter a análise na comissão e no plenário, em dois turnos, para que a votação secreta seja definitivamente extirpada da nossa Constituição e o deputado possa prestar contas dos seus atos para o eleitor”, explicou. Macris disse ainda que defende o voto aberto em todos os casos.
Minha Casa, Minha Vida – O tucano criticou a utilização política do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida pelo governo federal. Macris cobrou esclarecimentos sobre a denúncia de que líderes comunitários filiados ao PT usam critérios políticos para gerir a maior parte dos R$ 238,2 milhões repassados pelo projeto. “É lamentável a utilização política de um programa dessa natureza que devia ser absolutamente democrático. Precisamos de esclarecimentos sobre esse financiamento com verba pública. Isso coloca em risco a credibilidade da iniciativa”, disse.
De acordo com o jornal “O Estado de S. Paulo”, 11 das 12 entidades com projetos aprovados pelo Ministério das Cidades são dirigidas por filiados ao PT. Quem marca presença em protestos e até ocupações ganha prioridade na fila da casa própria em São Paulo, segundo a reportagem.