Dilma Roussef deveria ter um pouco mais de compostura, é o que se espera de um presidente da República. Uma cadeia nacional para informar a população é algo positivo, permitido pela lei vigente. Mas não pode servir para fazer, abertamente, propaganda do governo e da mandatária, candidata à reeleição. Muito menos como instrumento para atacar aqueles que divergem de sua administração ou põe em dúvida suas medidas para enfrentar as tarefas que são de sua responsabilidade.
Dilma informou o que já havia informado, apenas acrescentando críticas não só a seus oponentes mas a qualquer um que coloque em dúvida a qualidade de seu governo. Parecia estar em um palanque eleitoral. O tom de sua voz era de comício, não de uma prestação de contas e de uma informação relevante.
As críticas e dúvidas à conduta do governo na questão energética são bastante pertinentes. Com a baixa do nível das represas, a energia hidráulica produzida é insuficiente para atender à demanda, o que obrigou a fazer funcionar as usinas térmicas, aliás projetadas e iniciadas ainda no governo de Fernando Henrique, a quem ela não dá qualquer palavra de crédito, como se ela e seu antecessor tivessem sido aqueles que se preveniram contra possíveis apagões ou racionamento. Mas o funcionamento por muito tempo dessas usinas, consumindo gás natural, pode por em risco o uso desse combustível nas indústrias, que necessitam dele para produzir. Além disso o custo desse produto onera sobremaneira a energia produzida. Os gastos do governo com essas medidas, anuncia-se, será de, no mínimo, 8 bilhões de reais que terão de sair de algum lugar, algum corte no orçamento. Todos os contribuintes vão pagar e ninguém explica como se fará.
Nada mais justo, assim, que se tenha dúvidas sobre as consequências dos seus atos. Aqueles que questionam não podem ser agredidos como se fossem cidadãos contra os interesses da Nação.
Manera, Dilma. Respeite a todos, os que com você se alinham e os que te contestam. Todos somos cidadãos com iguais direitos.
