A deputada Mara Gabrilli (SP) disse nesta segunda-feira (25) não ter dúvidas de que as investigações sobre as circunstâncias da morte do prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel, há 12 anos, estão mais próximas de um desfecho. O ânimo da tucana reacendeu após a revelação de que a Polícia Federal encontrou no escritório da contadora do doleiro Alberto Youssef uma cópia de um contrato de empréstimo no valor de R$ 6 milhões.
Ele foi celebrado em outubro de 2004 entre Marcos Valério de Souza, condenado no esquema do mensalão, e a Expresso Nova Santo André, do empresário Ronan Maria Pinto, que atua no município paulista. “Todo mundo sabe que aquele não foi um crime comum”, lembrou a parlamentar.
Em dezembro de 2012, Valério disse à Justiça que dirigentes do PT pediram a ele R$ 6 milhões para pagar Ronan e, assim, encerrar as supostas chantagens feitas pelo empresário contra o ex-presidente Lula, o então secretário da Presidência, Gilberto Carvalho, e o então chefe da Casa Civil, José Dirceu. De acordo com reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo” de sábado (23), Ronan “tentava relacionar Lula, Carvalho e Dirceu a suspeitas de corrupção na cidade que teriam motivado o assassinato de Celso Daniel”.
DRAMA FAMILIAR – Filha de um empresário do setor de transportes de Santo André, a parlamentar já denunciou o esquema do qual seu pai foi vítima e que, segundo ela, fora montado na prefeitura da cidade para extorquir empreendedores e abastecer as campanhas eleitorais do PT. Em 9 de abril deste ano, Gabrilli protagonizou um tenso diálogo com o Gilberto Carvalho sobre o enredo que culminou no assassinato de Celso Daniel. Durante sessão da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, a tucana relembrou o drama vivido pelo pai e disse que Carvalho era conhecido como “homem do carro preto”.