O deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP) apresentou na última semana requerimento de informações ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre os convênios firmados pela Fundação Banco do
Brasil, na ordem de R$ 36 milhões, com organizações não governamentais (ONG) e associações ligadas a partidos políticos. Reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo” mostra que a indicação partidária foi fator determinante para a celebração dos contratos.
Controlada pelo PT, a fundação firmou convênios com entidades ligadas ao partido e familiares de seus dirigentes. A lista de ONGs, associações e prefeituras beneficiadas está sob investigação da Polícia Civil do Distrito Federal. O banco faz auditoria nos contratos e parcerias.
Na quinta-feira (26), a Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Deco) do Distrito Federal apreendeu documentos e computadores na sede do órgão, em Brasília. Dois DVDs e um CD foram retirados do gabinete do atual presidente da fundação, Jorge Alfredo Streit, ligado ao PT. Ele foi candidato ao governo de Rondônia pelo partido.
A investigação da Polícia Civil começou a partir de denúncia de uma servidora da fundação, que está sob proteção policial, da área de segurança do Banco do Brasil. O órgão explica que as apurações são da sua alçada, e não da Polícia Federal, pois a fundação recebe recursos do banco, uma empresa de economia mista.
A funcionária teria recebido ameaças após delatar suposto esquema de desvio de recursos. Ela contou à polícia que a prestação de contas de algumas entidades não era analisada adequadamente. Não está descartado o afastamento do atual presidente da fundação, Jorge Alfredo Streit. As denúncias integram processo sob sigilo que tramita no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
Em seu pedido de informações, o secretário-geral do PSDB afirma que tem o objetivo de acompanhar as atividades das empresas, companhias e fundações sob a supervisão Ministério da Fazenda.
No requerimento, Mendes Thame solicita relação nominal de ONGs e associações, com a indicação dos respectivos dirigentes, que assinaram os contratos com a fundação, bem como a indicação partidária; relação dos valores totais dos contratos e do que foi liberado pela fundação, com a indicação das contas correntes (banco, agência e titularidade) das ONGs e associações que receberam transferências ou depósito bancário (em espécie, cheque, cheque administrativo ou qualquer outra forma. O tucano quer ainda cópias dos contratos.
Do PSDB na Câmara