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Meta da administração é melhorar a mobilidade urbana e a qualidade do transporte coletivo em Jundiaí

PSDB Entrevista – Leslie Litano, diretor de transportes da Prefeitura de Jundiaí

Mobilidade urbana é um desafio mundial. O tema está em pauta em centenas de cidades do Brasil e do mundo. Isso se deve a diversos fatores que, juntos, culminaram em mudanças expressivas no padrão de vida das pessoas e na forma de se locomover. As cidades se veem cada vez mais afogadas de veículos e as pessoas a cada dia mais cheias de compromissos, nos quais precisam ser pontuais. Para isso, precisam se locomover de forma eficiente. Estima-se que o ser humano passa mais de 30% do seu tempo se locomovendo. Jundiaí tem aproximadamente 376 mil habitantes e uma média de 1,5 veículo por pessoa, índice considerado europeu, superior à média brasileira que é de 8,5 veículos para cada habitante, e uma frota de mais de 240 mil veículos. Obras de infraestrutura, para que o trânsito tenha melhor fluidez, e mudanças para melhorar o sistema de transporte público da cidade estão sendo executados pela Administração da cidade. Para saber um pouco mais sobre esses projetos e ações, o PSDB entrevistou o diretor de transportes do município, Leslie Litano.

O município tem um pleito de R$ 153 milhões de financiamento junto ao governo federal. Quais são os projetos prioritários para que não haja um colapso na mobilidade urbana?

O grande desafio é conseguir dar mais qualidade e pontualidade ao transporte público de forma que ele possa ser uma opção para o cidadão, mas, ao mesmo tempo, articular medidas de melhoria no sistema viário da cidade. Esse pleito de recursos ao governo federal tem por objetivo dar sequência na modernização do sistema público de transporte coletivo (SITU) – cuja primeira etapa de integração dos terminais foi desenvolvida em parceria com o BNDES – com investimentos previstos em obras específicas para melhorar o fluxo sistema viário e aumentar a velocidade nos corredores por onde trafegam os ônibus, visando d iminuir o tempo de espera pelo transporte e atender mais adequadamente à demanda do usuário. Outra parte do investimento proposto é na implantação de sistemas de gestão do transporte público, para controlar mais adequadamente, corrigir erros e propiciar planejamento mais adequado do sistema. O programa em que o município está inscrito é o Pró-Transporte, do Ministério das Cidades. Recentemente, o deputado federal Luiz Fernando Machado propos que este valor se transformasse numa emenda da bancada paulista no Congresso, para tentar viabilizar os recursos, uma vez que não formos atendidos até o momento pelo governo federal, a quem cabe liberar financiamentos para os municípios.

Não podemos ignorar o fato da cidade ter hoje 1,5 veículo por habitante, índice superior à média brasileira que é de 8,5 veículos para cada habitante. Como a cidade deverá se preparar para isso?

Jundiaí é uma cidade de renda média mais alta que a média do estado e bem maior que a do país, o que favorece o consumo e aquisição de bens duráveis, como carros, por exemplo. A política de incentivo industrial do governo federal no período de crise econômica nos últimos anos estimulou – por meio de oferta de financiamento – a compra de carro particular, sem no entanto, coordenar com os estados e municípios investimentos nos respectivos sistemas viários e no transporte coletivo. Deixando claro que não somos contrários a que a pessoas comprem seus carros, ao contrário, mas temos a missão de fortalecer o transporte pú blico, que, sem financiamento disponível, não se faz possível. As demandas das cidades são muitas e os recursos escassos. O ônibus não tem isenção de impostos, como o transporte aéreo, por exemplo. Muito já está sendo feito na área e, pensando não só no agora, mas também na cidade daqui alguns anos. Jundiaí deverá oferecer uma infraestrutura que possibilite um trânsito que permita boa capacidade de mobilidade, além de transporte público de qualidade e com pontualidade. Todos nós queremos um sistema funcional, eficiente, econômico e confortável e estamos trabalhando pra que isso se concretize. E issó é um processo lento, que não ocorre do dia para a noite. Inclusive o cidadão também tem de participar desse processo que exige mudanças de postura de toda a sociedade e dos poderes públicos.

Na mesma via trafegam os ônibus, que representa o transporte coletivo, e os carros que carregam normalmente uma pessoa. Quais são as medidas tomadas para melhorar o viário da cidade?

A Administração entende que um transporte público de qualidade é imprescindível, para que se torne uma opção para o cidadão que pretende se locomover pela cidade. O sistema viário de Jundiaí, por sermos uma cidade antiga, é mais complexo para ser alterado, e mais caro, devido às necessidades de se desapropriar para viabilizar as melhorias. Nós estamos trabalhando em todas essas áreas. As obras de infraestrutura estão sendo feitas em diversos pontos da cidade, como a nova passagem inferior para a Ponte São João, as novas pontes que vão auxiliar na transposição para o bairro, a duplicação da Rua José do Patrocíni o, que vai completar o anel viário e dar mais fluidez no escoamento do trânsito da Ponte para a Vila Arens e para o Centro e saídas da cidade, alargamentos de vias como no início e no final da Av. Jundiaí e na Zacharias de Góes, acertos em curvas de concordância como na Rua Senador e Onze de Junho, na Cel. Boaventura Mendes Pereira, Petronilha Antunes, entre tantas outras. Todas essas  ações são para melhorar a fluidez e ajudar a evitar congestionamentos. Mas tem também o primeiro corredor de ônibus na Av. São João, que foi feito para dar vazão ao transporte coletivo em locais que haviam picos de congestionamento. As medições que fazemos mostram que houve aumento da velocidade média de deslocamento neste ponto, carregando-se muito mais pessoas. Para que possamos fazer mais ações e mais rapidamente, necessitamos da liberação dos recursos pleiteados ao governo federal, pois uma parc ela considerável será empregada nos corredores de trânsito.

 

Uma das maiores reclamações do usuário é em relação ao atraso nos horários dos ônibus. Algumas medidas já foram adotadas, como a implantação de equipamentos de GPS. Quais outras medidas já foram tomadas para melhorar o SITU?

A frota de ônibus que circula em Jundiaí é considerada uma das mais novas do Brasil, com idade média de 3,7 anos. Foram implantadas as linhas expressas e disponibilizados mais ônibus nos domingos, o que reduziu em até 50% o tempo de espera em algumas linhas nestes dias, e reforçadas algumas linhas nos horários de pico na semana. Também foram incluídos mais carros articulados à frota, com maior capacidade de atendimento, e ônibus com acessibilidade universal para atendimento de pessoas com deficiência. Hoje, mais de 40% da frota de Jundiaí já está adaptada. Além disso, implantamos o sistema de GPS para gerenciar os ôn ibus tendo assim mais controle sobre os horários, feito que melhorou a confiabilidade no sistema e a precisão dos horários. Hoje temos 98% de cumprimento de horário. Atualmente, nossa maior preocupação não é somente voltada ao itinerário e à fiscalização das empresas concessionárias de serviço, mas também nos preocupamos em levar informações corretas para o usuário. Instalamos painéis eletrônicos nos terminais, que vão auxiliar e facilitar a vida de quem usa o transporte coletivo, que saberá exatamente que horas o seu ônibus vai chegar, quando vai partir e quanto tempo vai levar para chegar no destino. Até o fim do ano a meta é instalar de 30 a 40 painéis nos principais pontos da cidade. E tem também o serviço de SMS, já estamos testando internamente, pelo qual o usuário vai receber informações sobre o seu ônibus via mensagem de texto no celular.

Uma outra reclamação dos usuários é em relação ao perfil dos motoristas dos ônibus. Muitas vezes eles correm demais podendo causar até mesmo acidentes. Como gerenciam isso?

O número de reclamações via 156 caíram em relação a itinerários e horários, em média 30%. Em compensação, cresceram as reclamações em relação a mão-de-obra. Nós controlamos a velocidade pelo monitoramento por GPS. Quando acontecem infrações os motoristas são chamados na empresa e são advertidos e penalizados, até com  demissão, quando fica caracterizada negligência e imprudência. Também contamos com o trabalho de fiscalização dos agentes de trânsito. A Secretaria de Transportes está exigindo que as concessionárias intensifiquem seus programas de treinamento com os motoristas visando prevenir situações que levam a acidentes. Investir na qualificação de profissionais melhor preparados e mais conscientes da importância de bem atender o público é uma de nossas metas permanentes.

Além da melhoria do sistema de transporte existente o município está estudando o VLT (veículo leve sobre trilhos). Como esse modelo de transporte pode ajudar a solucionar problemas da mobilidade urbana?

Os estudos já estão acontecendo a um tempo e são bastante complexos. O VLT, que é uma espécie de bonde moderno que trafega na superfície, é um modal que vem para se integrar com o sistema de transporte coletivo, tanto municipal quanto intermunicipal. Ele vai integrar os sistemas e deve aumentar a qualidade e a eficiência do serviço prestado. Hoje, está em fase de estudo com uma empresa francesa contratada em conjunto com a CPTM, do Governo do Estado de São Paulo e Prefeitura de Jundiaí. Estamos estudando a parte técnica e financeira, que envolve desde traçado, desapropriações, itinerários, quanto vai custar, etc. Até março a gente acredita que todo o estudo esteja concluído. O trajeto inicialmente em estudo passa pela área central de Jundiaí, região da Vila Arens, Agapeama, Vila Cristo, Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista, com ligação com o terminal da Vila Hortolândia e o Distrito Industrial. Uma outra alternativa que está sendo estudada é o Bus Rápido Transporte (BRT), sobre pneus, além da criação de corredores exclusivos com ônibus. Enfim, a proposta do prefeito Miguel Haddad é apresentar para a população uma proposta viável que contribua para solucionar os problemas de mobilidade urbana daqui para o futuro, mas com responsabilidade.

Quais mudanças a nova Lei de Mobilidade Urbana, sancionada recentemente pela presidente Dilma, traz para o município?

O município já vem executando seu plano de mobilidade e a lei federal traz algumas inovações que vão auxiliar na gestão e permitir avanços. Mas não tem mágica nem soluções de curto prazo. Ela sinaliza para que haja coordenação no planejamento entre a União, estados e municípios, na mobilidade urbana e no transporte público. Mas, precisamos mesmo é de linhas de crédito para financiar essas medidas, pois planos sem recurso não resolve a situação. A implantação de pedágio urbano para os veículos individuais, por exemplo, é uma medida proposta na lei federal, mas que não cabe em Jundiaí. Já nas áreas com gran de fluxo de veículos, como na região central, caso seja necessário, a princípio será feito o controle de veículos de carga, mas esta e outras medidas estão sendo estudadas pela Secretaria de Transportes para ver quais são os eventuais efeitos na solução dos problemas.

Todo crescimento hoje deve ser planejado pensando em sustentabilidade e priorizando as questões ambientais. Como isso se aplica nesse setor?

Sem dúvida, por isso eu volto a dizer, tudo precisa ser planejado antes de ser concretizado evitando medidas provisórias. Na área de transportes a Prefeitura investe na fiscalização, fazendo inspeções veiculares e ambientais em todos os veículos públicos da cidade. Desde taxi, vans escolares, fretados e ônibus de linha. Neste início de ano, metade das vans escolares foram reprovadas pela emissão de poluentes no meio ambiente. Enquanto não se adequam são proibidos de rodar. Além disso,implantamos as ciclofaixas de lazer aos domingos, valorizando a bicicleta, que também é um importante veículo de transporte e avançando na questão de sustentabilidade e qualidade de vida. Enfim, todos os planos têm que ter a sustentabilidade como um de seus eixos e a participação da população na definição das soluções.

Fonte: psdbjundiai.org

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