Mais uma carta anônima ganhou força de documento de Estado – pelas mãos do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo – nas investigações sobre o possível cartel formado por empresas nas licitações para o metrô de São Paulo.
Segundo reportagem publicada na última edição da revista Veja, uma carta escrita por uma pessoa que se apresenta como funcionário da empresa Mitsui (que, segundo as denúncias, faria parte do cartel) foi remetida da embaixada brasileira no Japão para a Polícia Federal, onde passou a integrar as investigações sobre o caso – assim como ocorreu com o documento com a tradução manipulada para incriminar integrantes do PSDB. O partido denunciou, na semana passada, a falsificação.
O presidente do diretório do PSDB em São Paulo, deputado federal Duarte Nogueira, afirmou que a ação de Cardozo no episódio é “mais uma tentativa de constranger os adversários do PT”.
“Lamentavelmente, o ministro Cardozo não age como um magistrado, e sim como um dirigente partidário”, declarou Nogueira.
O parlamentar destacou que a politização da atuação de Cardozo no caso ocorre desde o início das denúncias. “Ele se juntou com o deputado estadual Simão Pedro e com o Vinícius Carvalho, o presidente do Cade que negou ser petista durante sua sabatina para o cargo, para agir dessa forma”, apontou.
Para Nogueira, a saída do ministro do cargo é essencial para que as denúncias sejam investigadas com isenção.
“As acusações são graves e o PSDB quer o esclarecimento de tudo o que foi exposto. Porém, não acreditamos que isso será possível com o ministro à frente do processo, já que ele tem agido com orientação política”, ressaltou.
