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Na mídia e nos livros, bastidores da histórica saga em busca da estabilização da moeda

“Para falar de Plano Real, é preciso voltar àquele 19 de maio de 1993, decisivo para minha trajetória política. Informado pelo secretário-geral do Itamaraty, embaixador Luiz Felipe Lampreia, de que havia de fato sido nomeado ministro da Fazenda, telefonei para o presidente Itamar Franco, que respondeu à minha perplexidade dizendo: – Sua nomeação foi bem recebida…”

É desta forma que Fernando Henrique Cardoso começa o terceiro capítulo do livro “A Arte da Política, a história que vivi”, intitulado “O Plano Real: da descrença ao apoio popular”. Nele o ministro, eleito presidente da República no ano seguinte, relata aos bastidores da saga em busca da estabilização econômica, passando desde o processo de montagem de sua equipe até as frentes de batalha enfrentadas até o lançamento do plano.

Nas bancas e nas livrarias estão os registros históricos da batalha vencida pela equipe comandada por FHC. A última edição da revista “Veja” de 1994, por exemplo (veja imagem), destacou o otimismo nacional com o combate à inflação: mais dinheiro no bolso, um “presidente que promete” e um Brasil confiante com sua nova realidade econômica.

Apesar do ceticismo e da torcida contra de forças políticas como o Partido dos Trabalhadores, o Real marcou seu lugar na história contemporânea brasileira. “A moeda estável modernizou o Brasil, foi uma grande conquista de democracia, e permitiu novos avanços”, destaca “Saga brasileira: a longa luta de um povo por sua moeda”, de Miriam Leitão.

São inúmeras e reportagens e obras que remontam este importante capítulo da história brasileira escrita nos anos 90 – um legado bendito que, passados 20 anos, ainda proporcionam benefícios inequívocos aos 201 milhões de brasileiros.

“A ideia de aproveitar a indexação preexistente para estabelecer a noção de valor estável tinha semelhanças com o princípio da homeopatia, similia similibus curantur: mataríamos a inflação usando seu próprio veneno, a indexação. Corrigiríamos os preços, diariamente, por um indicador da perda de valor da moeda corrente, o cruzeiro real. O governo adotaria e induziria a sociedade a adotar esse indexador diário para denominar os valores de contratos e preços. Depois de um tempo, quando todos se acostumassem a usar essa moeda virtual como uma unidade estável de valor, como muitos já faziam com o dólar ela se transformaria na nova moeda corrente, o real. Nesse período de transição os agentes econômicos teriam oportunidade de alinhar espontaneamente os preços, evitando que reajustes defasados ´contaminassem´ a moeda nova com a inflação na moeda velha, como ocorrera em planos anteriores.”
Fernando Henrique Cardoso, em “A Arte da Política” (pg 179)

“As estatísticas do IBGE registram o tamanho da saga brasileira: nos 15 anos anteriores ao Plano Real, a inflação acumulada foi de 13.342.346.717.617,70%, em resumo, 13 trilhões e 342 bilhões por cento. Nos 15 anos posteriores ao Real, a inflação acumulada foi de 196,87%. Na travessia, o Brasil mudou.”
Miriam Leitão, em “Saga brasileira: a longa luta de um povo por sua moeda” (pg 299).

“A URV, depois transformada em real, trouxe a inflação no Brasil para níveis internacionais no início de 1997 sem sustos, confiscos, caneladas e recessão. No ano calendário de 1998 a inflação medida pelo IPCA foi de 1,6%, a menor da série histórica. Foi a menor inflação anual desde que o IPC da Fipe começou a ser calculado em 1940. Pois assim, a estabilização nos retirou de um estado de torpor e depressão para outro de euforia e ansiedade; a agenda de estabilização rapidamente se converteu na discussão das reformas necessárias para o crescimento, onde estacionamos já faz alguns anos.”
Gustavo Franco, economista, em artigo intitulado “20 anos do Plano Real”, publicado nos jornais “O Globo” e “O Estado de S.Paulo” em 23/02/14.

Do Portal do PSDB na Câmara

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