Quando se fala em eleições para resolver uma crise política, é preciso que as eleições sejam livres. Eleição é escolha, e escolha pressupõe liberdade. Não é possível termos eleições livres com líderes da oposição presos”.
Foi assim que o presidente da Comissão de Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), reagiu à fala do senador Roberto Requião (PMDB-PR), segundo a qual “a crise política da Venezuela será resolvida por eleições livres”.
O senador da base governista entregou à Mesa Diretora da Casa nesta quarta-feira (15) um relatório com 91 páginas no qual conclui que a grande exigência da oposição venezuelana foi cumprida pelo governo Nicolás Maduro: a marcação das eleições legislativas para 6 de dezembro.
Aloysio Nunes contestou a normalidade apontada por Requião. Ele lembrou que a deputada María Corina, uma das parlamentares mais votadas nas eleições de 2010, foi cassada de maneira arbitrária em março de 2014. Ela também foi acusada de crimes como conspiração e tentativa de assassinato.
No último dia 13, a Corregedoria-Geral da Venezuela decidiu que María Corina não poderá exercer qualquer cargo público por um ano.
Embora ainda caiba recurso, na prática, a decisão a impede de concorrer para as próximas eleições.
O senador tucano apelou novamente para que o governo Dilma Rousseff atue de acordo com as tradições do Brasil e com os mandamentos da Constituição.
