Em discurso feito nesta quarta-feira (11) na sessão de abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff, o senador Aloysio Nunes Ferreira afirmou que está absolutamente tranquilo em relação ao enquadramento da presidente da República como passível de ser punida por crime de responsabilidade.
Aloysio Nunes chamou de “argumento meramente retórico” a afirmação de parlamentares petistas segundo a qual não existe nenhum artigo da lei ou da Constituição cuja transgressão possa ser atribuída à Dilma.
“Não é apenas uma lei aplicada à presidente da República, como foi afirmado aqui. Não é uma invenção. É uma lei, aliás, a 1.079, a qual foram acrescidos dispositivos que vêm da Lei de Responsabilidade Fiscal exatamente pela compreensão do Congresso Nacional e da sociedade brasileira”, explicou.
Qualquer ação que vulnere essa responsabilidade, na opinião do senador, é uma ação que se dirige contra os valores fundamentais sobre os quais se assenta a vida da nossa comunidade nacional.
“Crimes praticados com dolo específico: o desejo imoderado de se manter no poder, valendo-se, para isso, da mentira, da fraude, da falsificação da realidade. Crimes qualificados pelo resultado, o resultado dessa crise profunda que estamos vivendo”.
Para ele, as consequências dos crimes praticados pela presidente da República são: lojas fechadas, empregos se esvaindo. “A desesperança, o desalento, esse é o resultado! ”
O tucano reiterou a precisão milimétrica do relatório do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) apresentado na comissão de impeachment no último dia 4. “Com a tranquilidade demolidora, desconstruiu ponto por ponto a laboriosa defesa feita por José Eduardo Cardozo, advogado-geral da União”.
Waldir Maranhão
Aloysio Nunes lembrou que o governo cria obstáculos desde o início do processo: recorreram ao Supremo Tribunal por duas vezes, perderam. “Foram buscar lã e saíram tosqueados”.
O senador mencionou ainda a tentativa de anular o impeachment pelo presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). “Uma esperança de reviravolta, comemorada e celebrada por aquilo que resta da base governista. Um tom de farsa, um tom burlesco”!
O tucano afirmou não ter dúvidas de que a presidente Dilma será afastada do seu cargo:
“Esse processo é irreversível. Ela não voltará mais. Não tenho dúvida nenhuma, porque ela perdeu condições de governar esse país. Não há ninguém que acredite, nem mesmo os seus defensores, que se esmeram num combate de retaguarda para cobrir a retirada de um exército derrotado. Ela perdeu todas as oportunidades! ”, finalizou.
- Íntegra do discurso em vídeo
