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No Senado, presidente da Petrobras admite que Pasadena foi um mau negócio

Na audiência pública no Senado nesta terça-feira (15), a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, admitiu, pela primeira vez, que a aquisição da empresa de refino de petróleo de Pasadena, no Texas, nos Estados Unidos, foi um péssimo negócio para a companhia. A afirmação ocorreu durante a exposição de Foster na comissão conjunta. A dirigente foi ao Senado na tentativa do governo de inutilizar a requisição de CPI na Petrobras.

Após sua exposição, Foster foi confrontada com perguntas dos senadores. Com os questionamentos, a presidente foi acuada e não teve opção além de concluir que o volume de investimento aplicado em Pasadena não foi satisfatório para o retorno financeiro.

A presidente também voltou a dizer que a direção da Petrobras e o conselho interno não sabiam das cláusulas “put-option” e “merlin”, que decretavam garantias de lucro à belga Astra Oil e a obrigação de comprar a outra metade da refinaria caso a parceira abandonasse o negócio. Ela alegou que deveria haver melhor clareza no momento da confecção do relatório, de forma que a apresentação justificou a transação como um suposto bom negócio.

“Não foi um bom negócio. Não pode ser um bom negócio. Quando você tem que tirar do seu resultado [financeiro], não há como reconhecer, na presente data, que se tenha feito um bom negocio. Isso é inquestionável do ponto de vista contábil”, confessou. Entretanto, a presidente reconheceu o fato apenas ao dizer que analisa os fatos com as informações atuais. No passado, alegou não poder fazer tal avaliação.

“O projeto transofrmou-se em um projeto de baixa probabilidade de recuperação. Podem alegar que Lá na frente, as margens [de lucro] podem explodir e voltar para valores muito altos, mas mesmo assim, agora a Petrobras tem outras prioridades”. De acordo com a gestora, atualmente a empresa tem melhores máquinas e tecnologias e lida com petróleo mais leve, dispensando determinados investimentos como o ocorrido em Pasadena.

Influência

Graça Foster negou que houvesse um “abismo ético” dentro da estatal petroleira e minimizou as influências políticas de dois dos principais personagens envolvidos nos atuais escândalos: Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa. O primeiro foi demitido recentemente da BR Distribuidora, enquanto o segundo foi preso durante a Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Sem dizer seu nome, Foter criticou Costa e disse que sua conduta não pode definir o caráter de todos os trabalhadores da Petrobras. Segundo ela, a companhia não é fruto do esforço de um só homem ou uma só mulher e que determinados comportamentos reprováveis não são dignos da força de trabalho total da Petrobras. “Nós não podemos ser medidos por uma pessoa e com quem esta pessoa interage.”

Ao referir-se a Cerveró, Foster disse que a mudança dele da área internacional da Petrobras para a BR Distribuidora foi uma grande “rebaixamento” de sua influência profissional dentro da empresa. Segundo ela, o fato ocorreu devido à falha do relatório técnico que embasou a compra de Pasadena e que, na BR, Cerveró tinha uma “ocupação muito mais restrita”.

Foster reiterou que a investigação interna em curso dará resultados. Mas o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), questionou a eficiência do processo. Ele lembrou que a própria presidente descobriu apenas recentemente que há, dentro da Petrobras, um comitê de proprietários que influenciam decisões de aquisições.

Para o senador, um diretor sozinho não é capaz de fazer tantas coisas, entre elas enganar a presidente da República e fazer a companhia gastar uma fortuna inutilmente. Estas revelações, para Ferreira, são apenas mais uma justificativa para a instalação da CPI da Petrobras no Senado, uma vez que ainda há muitas notícias de que há gigantescas interferências políticas dentro da estrutura do grupo.

Com informações do Portal do PSDB no Senado

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