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Nogueira aponta impacto negativo do Programa Mais Médicos

A presidente Dilma Rousseff vem causando mal estar com a classe médica no nosso País. Isso porque, a proposta da Medida Provisória Mais Médicos para o Brasil, que defende entre outros, a ampliação da duração do curso de medicina de 6 para 8 anos, tem impacto negativo não só na saúde, mas também na formação dos estudantes de medicina. Diante deste cenário, a diretoria da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) apresentou uma nota oficial contestando os principais pontos desta Medida e demonstrando profunda preocupação com a MP. A nota foi lida pelo deputado federal Duarte Nogueira, em seu pronunciamento na Tribuna da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira, 16/7.

A ampliação da duração do curso de medicina de 6 para 8 anos, com o acréscimo de um novo ciclo de 2 anos de trabalho obrigatório no SUS, não trará os impactos anunciados pelo Governo Federal e ainda atrasará a completa formação médica, que só se dá através da Residência Médica dos seus profissionais. “Se o problema é a falta de médicos, o adiamento da formação só irá piorar o quadro atual”, disse Nogueira. E completou “ainda, se o problema é a distribuição dos médicos por todas as regiões do Brasil, a MP não oferece resposta para a migração desses estudantes com a necessária supervisão dos alunos”.

Outro ponto questionado, é em relação a proposta de importação de médicos estrangeiros sem a adequada avaliação das suas competências pelo exame Revalida, o que representa um risco para a sociedade brasileira. “Sem a avaliação criteriosa, não há como garantir que esses profissionais tenham condições de atendimento à população. Além disso, há que se definir também quem fará a fiscalização da atuação desse médicos”, diz a nota lida pelo deputado.

Ainda de acordo com Nogueira, a questão do mau funcionamento da rede pública de saúde não é resultado da falta de médicos e sim de uma política de saúde inadequada, que vem se agravando ano a ano. “Já denunciamos aqui, a última vez que a tabela do SUS foi reajustada para as entidades que prestam serviço de saúde foi na época do presidente Fernando Henrique Cardoso”, ressaltou o tucano.

Além disso, segundo Nogueira, o Governo Federal, em 2001, colocava 56% do recurso do SUS para todo o Brasil, agora, coloca só 45%, sobrecarregando Estados e Municípios , sem apoiar as santas-casas, sem apoiar as beneficência e, portanto, “fazendo uma política de saúde errada, com péssima gestão e sem prioridade”.

Ainda na Tribuna, o deputado cobrou a participação do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na reunião que a USP fará nesta sexta-feira, 19, em Congregação Temática.

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