Deputados do PSDB reprovaram o aparelhamento do presídio da Papuda pelo PT para benefício do partido. Os petistas condenados pelo mensalão têm conseguido tratamento especial no complexo penitenciário sob a responsabilidade do governador Agnelo Queiroz (PT). O Ministério Público do Distrito Federal cobra o fim das regalias e pediu a transferência dos réus a um presídio federal, caso permaneça o tratamento privilegiado.
Segundo Duarte Nogueira (SP), a lei deve ser igual para todos. “É uma situação estarrecedora. A lei deve ser igual para todos. Eles devem cumprir as suas penas conforme qualquer pessoa que está pagando pelos crimes que cometeu”, disse.
O tucano considera repulsiva a prática do aparelhamento de órgãos do Estado. “As autoridades devem tomar todas as ações necessárias para verificar se esse tipo de regalia continua acontecendo e criar todas as normas para coibir e garantir que a pena seja cumprida como qualquer outro preso”, completou.
Para João Campos (GO), o caso não trouxe surpresas. “Eu vejo essa situação com muita tristeza, mas ao mesmo tempo sem surpresas. O governo do PT tem uma capacidade tremenda para romper todos os limites éticos da administração pública e fazer aparelhamento em benefício próprio. E faz isso de forma escancarada”, destacou.
De acordo com reportagem do jornal “O Globo”, parlamentares continuam visitando, em horários especiais, o ex-ministro José Dirceu no complexo da Papuda. O vice-diretor do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) pediu demissão depois de tentar coibir regalias ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, que se viu obrigado a fazer a barba e impedido de estacionar o carro da CUT, onde trabalha, no pátio interno do presídio.
Os deputados do PSDB alertaram para os problemas que o tratamento privilegiado pode gerar na disciplina dos presídios. “Sempre que há privilégios dentro do presídio, a tendência é a população carcerária reagir com motim ou de outras formas. Se isso persistir na Papuda vai haver reação dos presos”, ressaltou João Campos. “Se há presos com tratamento diferenciado cria-se uma situação de total desconforto dentro da unidade prisional”, completou Duarte Nogueira.
