Segundo a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá assumir nesta terça-feira (15) um ministério no governo Dilma Rousseff. O petista pode ser escolhido para a Casa Civil (em substituição a Jaques Wagner) ou para a Secretaria de Governo, em que ocuparia a vaga que hoje é de Ricardo Berzoini.
Na avaliação do secretário-geral do PSDB, deputado federal Silvio Torres, a escolha de Lula para um ministério revela, por parte do governo de Dilma Rousseff, a busca por soluções para o PT – no momento em que o partido e seus principais líderes, Dilma e Lula, enfrentam problemas na Justiça e com a população, como mostraram os protestos de domingo. São duas as preocupações que a presidente busca resolver, para o tucano.
“A primeira é de livrar o Lula do risco de uma prisão, já que ele iria para um outro foro. E a segunda, como o processo do impeachment com as manifestações de ontem certamente ganhará um impulso maior, é de o Lula tentar, como ministro, fazer uma articulação política para garantir os votos que rejeitem o impeachment na Câmara. Seriam dois motivos de interesse dele e do governo”, avaliou o deputado.
Sérgio Moro
A notícia sobre a possível nomeação de Lula para o governo Dilma foi conhecida na mesma data em que a juíza Maria Priscilla Veiga Oliveira decidiu remeter ao juiz federal Sérgio Moro a denúncia feita pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) de que Lula teria cometido crimes de lavagem de dinheiro.
Silvio Torres avalia que a junção dos processos apurados pela Lava Jato à denúncia feita pelo MPSP pode aumentar os subsídios para uma eventual prisão do ex-presidente.
“O juiz Sergio Moro já recolheu documentação e fez apreensões sobre a questão de Guarujá [tríplex] e também de Atibaia [sítio], e ele deve juntar tudo no processo. Se ele se convencer de que há elementos, eu acho que isso, efetivamente, pode redundar em uma decisão de mandar prender o Lula”, destacou o tucano. “O que o Lula e os advogados dele estavam tentando era o contrário. Eles queriam que o processo que o Sergio Moro está julgando fosse para o Ministério Público de São Paulo. Essa foi a tentativa que ele [Lula] fez e que não deu certo”, acrescentou o parlamentar.
De acordo com informações de matéria da Folha de São Paulo, a juíza Maria Priscilla Veiga Oliveira fez a transferência do caso por acreditar que não existe, na denúncia originalmente feita pelo Ministério Público, “a origem do favorecimento ao ex-presidente da República e sua família, e tal vínculo, como também já ponderado, está contido nos processos que tramitam na Operação Lava Jato”.