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Numa rápida reflexão sobre o …

Numa rápida reflexão sobre o passado histórico do Brasil podemos encontrar alguns fatores determinantes para o atual panorama sócio-econômico e político do País. Isentos da xenofobia repugnante que nos brindou com conflitos injustificáveis nos últimos anos e sem esquecer os benefícios da imigração, vamos deparar com circunstâncias compatíveis com tudo o que vivemos atualmente, passando pelas dificuldades de alcançar credibilidade internacional e, pior, pelo nosso próprio ceticismo.

No início do século XX, o Brasil virou uma alternativa à falta de perspectivas de uma parcela menos privilegiada dos povos europeus e do Japão. O Gigante da América do Sul, com seus vastos campos e recém libertado da metrópole portuguesa, era visto como uma das últimas esperanças dessa gente, imbuída de disposição física, porém carente de cultura acadêmica.

No entanto, essa ínfima cultura européia e japonesa eram suficientes para dotar as colônias de supremacia sobre a mão-de-obra oferecida pelos descendentes de negros e índios estabelecidos no interior tupiniquim. A virtude dessa realidade está no fato de que esses imigrantes vieram para o Brasil para estabelecer um novo lar. Assim, colaboraram para que fosse criada uma melhor infra-estrutura ao redor de suas colônias. Mas, o que os fez ganhar evidência foi, única e exclusivamente, o poder econômico que adquiriram com o passar do tempo.

Ficou, então, como exemplo para aqueles que os reverenciavam um sofisma: respeito e prosperidade era resultado simples de riqueza acumulada. Se os portugueses e ingleses levaram nossos preciosos minerais e o pau-brasil, os imigrantes – de certa forma – ajudaram a lançar o valor da formação acadêmica na penumbra.

Hoje exportamos talentos, ainda que raros, mas legitimamente brasileiros. Mentes que brilham a serviço de outras nações e de organismos absolutos, como a NASA, ou relegadas àquilo que sobra aos “refugiados” do terceiro mundo. Em direção aos trópicos temos principalmente asiáticos – com destaque para os coreanos – ou remediados do Leste Europeu. Uma segunda fase do que se viu nos primórdios do século passado.

Se a cultura, a educação aplicada com seriedade e não apenas para “cumprir tabela”, existe no Brasil, ela está acessível a uma parcela insignificante, oriunda da casta dominante, parte dela ainda beneficiária do poder econômico. O que esperar desses futuros empresários, políticos, formadores de opinião. Os que rompem esse círculo podem ou não voltar para resgatar a imensa maioria colocada à margem dos preceitos básicos de uma nação em busca de sua própria identidade e, sobretudo, de sua soberania alicerçada em educação, civismo e capacidade de produção.

Quem poderá nos salvar” A pergunta, como dos desenhos animados importados que marcaram a infância da geração do “Este é um País que vai pra frente” e ainda do “Doe ouro pelo bem do Brasil”, só pode ter uma resposta teórica: o Governo, em suas três esferas – com o imprescindível apoio dos parlamentares.

Mas como suprir a essência de um povo, sua formação educacional” Simples, com a arrecadação tributária. Conta rápida: se os impostos, taxas e contribuições equivalem a um terço do Produto Interno Bruto, temos aproximadamente R$ 1 trilhão entrando nos cofres públicos ao ano.

Se dispusermos de uma fatia consistente dessa arrecadação para investir na educação teremos um grande trunfo para formar nossos jovens. Porém o comprometimento do erário com a formação intelectual e profissionalizante do “futuro da Nação” não é prioridade, nem pode ser diante das dimensões atuais da máquina estatal. Logo de cara destinamos 30% para a folha de pagamento, outra considerável parcela vai para a dívida externa, depois vêm a Previdência, a saúde, as verbas para projetos dos parlamentares etc.

Não se trata de “fracassomania”, mesmo porque não podemos atribuir o sustento desse círculo vicioso a um governo só. Estamos diante de um fato histórico, cujas pilastras têm origens distintas e, muitas vezes, involuntárias, como o caso da influência da imigração. A debilitada educação brasileira continuará a depender de Harvard ou Sourbborne para formar nossos “mestres”, e desses, quantos voltarão a servir nosso País”

Esse passeio rápido por parte das origens desse atual contexto sócio-econômico brasileiro serve para, enfim, justificar mais uma vez a urgência das reformas fiscal e tributária, invariavelmente nessa ordem. Não dá mais para gastar sem parâmetros de prioridade que atendam eminentemente o interesse de um Brasil soberano, de fato, com símbolos e identidade consolidados, sem depender da eterna aculturação que se estabelece nas novas nações.

É preciso dar início à construção da sociedade brasileira auto-suficiente, capacitada e autônoma, ainda que para isso tenhamos que aprender, sob a égide da lei, a “cortar a própria carne” – para não fugir dos bordões políticos – em respeito aos mais 186 milhões de pessoas.

Saber dizer não aos acordos e chantagens politiqueiras para, mais tarde, constatar o discernimento do eleitor bem formado para retribuir o bom gestor, mesmo que isso não se concretize em reeleições, afinal o imediatismo nunca foi aliado da responsabilidade cívica. O Brasil tem sim seus doutores embrionários, não só nos condomínios fechados como nos morros, o que lhes falta é o acesso ao diploma – no seu mais romântico e nobre significado – que irá lapidar suas vocações e regular suas atividades.

Valdir Campos Costa é Conselheiro do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo, Membro da 5ª Câmara de Auditores do Ibracon – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, Delegado PSDB da Bela Vista em São Paulo – Capital e Diretor da Conape Auditores Independentes

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